quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Perdão


E de repente quando tudo muda nós podemos perder a oportunidade de acompanhar as mudanças porque outrora nos tornamos escravos de atitudes mal tomadas após ideias mal pensadas... Pelo eterno anseio de sermos os inúteis protagonistas dos romances vazios que contam as repetitivas histórias do egoísmo.


Pare de reclamar das pessoas erradas que passam pela sua vida. Já é chegada a hora de perceber que esses encontros devem servir para você tentar se tornar uma pessoa certa na vida delas.


Perdoar não é fomentar a injustiça. 


Deixe que se vá, deixe que se volte, mas não se revolte. 


O acaso cuidará do que passou.


Abra as portas para novas oportunidades, e feche as do passado. Mas muita atenção: entregue as chaves só para quem valeu a pena.


É melhor se decepcionar com algumas pessoas a sempre viver esperando o pior de todos.


`.´ 3!

sábado, 29 de outubro de 2011


Certamente que até semana passada grande parte do mundo nunca ouvira falar do Sr. S. Jobs. 

Um dos mitos mais conhecidos da humanidade trata de jardim do Éden, onde os primeiros humanos criados por Deus, a sua imagem e semelhança, viviam imortais, ociosos e aparentemente felizes. Isso foi até que eles resolveram comer os frutos (o mito fala em maças) da árvore do conhecimento do bem e do mal, da qual Deus havia alertado que eles não deveriam comer, ou conheceriam a morte. E o resto todos já sabem: Deus ficou furiosoos expulsou do Éden apenas com alguns trapos feitos de couro de animais, pois que agora um se envergonhava da nudez do outro. E Adão e Eva povoaram o mundo, muito embora o pecado de Eva tenha nos amaldiçoado por muitos e muito anos, até que Jesus veio pagá-lo para nós.

É conveniente saber discernir o conteúdo metafórico dessa passagem, embora ainda, já no século XXI, há quem a defenda com unhas pela dentes sua interpretação literal.

Voltando ao Sr. Jobs, prossigo relembrando a primeira vez que vi a logomarca da Apple. Achei magnífica a sensualidade implícita de tão antiga simbologia agora então usada para marcar seus produtos.

Quando fui professor de ensino médio e pré-vestibular há alguns anos, comecei perceber uma certa movimentação no inconsciente coletivo daquelas 6 gerações com que trabalhei que me preocupava.

Na minha época de ensino fundamental e médio, o alunos menos dedicados ao estudo jogavam bola, empinavam pipas, conheciam as primeiras namoradas no catecismo e a enérgica influência da sexualidade mais ou menos na época da crisma. Alguns raros tinham vídeo-game, porque este era muito caro. Computador então era no máximo o quase inatingível 386. Quem se lembra...

Entretanto, as gerações às quais lecionei biologia já fervilhavam no fenômeno da internet. Tudo era pesquisa na internet! Símbolo da modernidade e tudo mais.

O que me preocupava era esse mundo de entretenimento virtual que começava a desvirtuar o processo educacional. O bom e velho quadro negro, bem como as piadinhas dos professores arcaicos, se tornaram ainda mais sem graça do que nunca.

Observei que a febre dos computadores se devia aos entretenimentos gerados pela web. Sendo uma premissa verdadeira, concluí que se o sistema de ensino, bem como as instituições educacionais, se não se tornassem divertidas para os alunos, atraindo a atenção deles para a escola, em pouco tempo haveria um colapso intelectual generalizado, onde as pessoas se tornariam dependentes das redes sociais e dos modelos sociológicos virtuais...  - Será????


Que fique claro que o senhor S. Jobs desenvolveu uma nova realidade da interface homem maquina. 


Devemos entender que esta nova possibilidade contemporânea representada pelo fruto do bem ou mal reidealizado mitologicamente por Jobs possa orientar as novas gerações na utilizacao consciente do progresso.


Sem mais. 


Fabricio da Ferradura `.' .




quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Jesus, a atéia e a cigana


 Talvez tenha sido por ter reparado na ausência de alianças nas suas mãos, ou pelas várias vezes que vira Helena mecanicamente sentar-se e almoçar sozinha no restaurante/café logo à frente. O fato foi que num certo dia, quando Helena passava mais uma vez por aquela esquina, a Cigana que às vezes aparecia por ali disse a ela que sempre seria só enquanto acreditasse que o amor é ridículo.

Helena, quando escutou isso, sentiu um intenso arrepio subindo pela cervical, acompanhado de um constrangimento equivalente àquele de quando uma pomba defeca na sua roupa branca bem no meio da rua.

Voltou-se à cigana e perguntou:

_ O que disse?

_ Você ouviu muito bem... Se quiser posso ler suas mãos...

Mesmo sendo uma cética consciente de que alguma manifestação não verbal pudesse ter dado pistas sobre esse seu lado pessoal, ou um simples chute intuitivo daquela senhora exótica de dentes dourados, ainda assim submeteu-se à prática quiroscópica da Cigana.

_ Vejo que usa um crucifixo de ouro no pescoço... O que me faz entender que seja cristã...

“Mas isso qualquer um pode concluir...” pensou Helena fingindo simpatia, e para não ficar ruim, complementou dizendo que foi um presente de sua mãe.

_ Mas aqui está claro que não acredita nesse Jesus cuja insígnia carrega próxima ao seu coração.

_ Realmente não acredito. Nem em religião, nem em Jesus, e nem muito menos em qualquer coisa que a senhora pode vir a me dizer.

_ Então por que aceitou que analisasse sua mão?

_ Para provar que tudo isso é ridículo. Você sabia que nem mesmo historiadores ou arqueólogos encontraram provas conclusivas sobre a existência de Jesus?

_ Não sei o que essas pessoas fazem... me perdoe a ignorância. Mas mesmo assim, se tivessem as ditas provas concretas da existência corpórea de Jesus, isso serviria para comprovar seus ensinamentos e milagres ou serviria para classificá-lo como sendo uma pessoa comum, igual a nós, e portanto sendo indeferida toda sua Santidade?

_ Não sei. Sei que para mim isso não faz diferença nenhuma.

_ Não faz sentido que aprender a pensar sobre isso pode conectá-la ao verdadeiro sentido do amor?

_ O que não faz sentido é uma Cigana defendendo o cristianismo como sendo detentor da verdade sobre o amor.

_ Minha jovem, saiba que nenhuma religião ou ciência é superior à verdade.

_ Certo, então faça uma previsão sobre meu futuro. Não é pra isso que estamos aqui?

_ Mas foi a primeira coisa que fiz... “...que sempre seria só enquanto acreditasse que o amor é ridículo.”

_ Então não tenho mais motivo para prosseguir a conversa. Quanto custa a consulta?

_ Por que não me dá essa sua joia no pescoço? Parece não ter nenhum valor para você.

_ Acha que pagarei o peso em ouro por essas suas verdades? Saiba que as pessoas pagam para escutar o que querem ouvir. Pagam pelo que as dá prazer, pelo que as enche de esperança. Por isso a televisão e as religiões fazem sucesso. No mundo em que eu vivo não existem milagres, e ser só é uma das maneiras práticas de melhor aproveitar o pouco tempo de vida própria que possuo. Fique com o troco!

E assim terminou a indigesta quiromancia daquela tarde de inverno. Helena seguiu rumo ao hospital onde trabalha. Ela faz diagnósticos de câncer de cabeça e pescoço, delimitando a amplitude da amputação ou a expectativa de vida dos donos das imagens que analisa. Interessante é que ela sempre faz o sinal da cruz quando termina um laudo.

Fabrício M. Oliveira

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A realidade não pode ser medida pelo que podemos ver, mas sim pelo quanto conseguimos imaginar.


Às vezes  habitantes das trevas me visitam. Cheguei inclusive a formular a hipótese de que a decisão dessas aparições talvez não fosse opção arbitrária minha, mas talvez sim de uma possível habilidade especial outorgada a mim pela hierarquia administrativa e burocrática do Além.
Em oposição absoluta à tal hipótese sugerida anteriormente, afirmo sóbrio que a âncora da razão pura que de fato me conserva como um ser biológico e material pertencente ao Aquém -  que se distingue das abstrações côncavas ou convecças -, por ser em si a factual Realidade Física; entendo logicamente que na verdade ludibriei-me o plano psicomental ao viver negociando passivamente meus sentimentos em território imaginário com as projeções personificadas dos meus desejos, ao disponibilizar minha sensorialidade como espécie “prestação de serviços” àqueles que supostamente moram em algum lugar entre o lá e o aqui, obtendo em troca a satisfação de todos meus desejos sem a carga subjetiva da responsabilidade de responder pelas consequencias dos meus atos em vista de tudo isso.
De qualquer maneira, sejam elas circunscritas ao imaginário e/ou dotadas de materialidade bastante sutil, imperceptíveis aos sentidos quantitativos, o fato é que, fenomenologicamente, isto é, da maneira como o mundo se apresenta circinstancialmente defronte meu entendimento, as entidades das trevas de fato existem… Pois elas me visitam.
Exatamente por não vê-las, recorro aos ídolos dispersos nas mais diversas convicções visando personificar esses meus sentimentos mais íntimos. Nesse âmbito, tecnologias e teorias filosóficas que corroboram a ciência cartesiana dividem saudavelmente seu espaço com as religiões que exautam o Sagrado que habita algum lugar importantíssimo do meu interior.
Por objetivamente não afirmar que as ouço como um som que agita meus tambores timpânicos, assim pois não me encontro interno de um sanatório psiquiátrico. Não há em mim a doença mental, apenas sim a emocional. E isso é absolutamente tratável.
Imaginando por tentativas e erros estar reagindo coerentemente aos estímulos incognoscíveis, vou destilando fragmentos do agora através de pesquisas e experimentações derivadas do meu desenvolvimento físico-mental-abstrato.
Obviamente a definição de toda essa contradição pode ser resumida como Loucura. Tristeza e felicidade passam a ser tão elásticas que pela falta de consistência acabam dissolvendo as falsas importâncias, que na prática colorem de cinza o sentido da vida.
Não sou louco no sentido de doença porque a loucura clínica é uma equação derivada da genética inscrita em nossas biomoléculas essenciais, manifestadas no emergentismo físico e mental, absolutamente tratável pela medicina contemporânea, caso necessário o tratamento.
Também não sou louco porque por mais imperfeita signifique a luz que aos olhos alheios se me reflete, aindo respeito todos direitos que entendo como tais e portanto intrínsecos a todas formas daquilo que compreendo como sendo Vida.
Conheço bem os traços genéticos que orquestram silenciosa e sutilmente as manisfestações comportamentais dos meus consaguíneos. Não há loucura…
Mas mesmo não sendo um louco “stricto senso” (sentido restrito) ainda  assim me consideram como tal.
Contradizendo minha concepção que fora formulada de que alguem que precisa de ajuda não pode se autoajudar, declaro neste complexo ensaio sobre sobriedade e loucura que não preciso mais sustentar o título de louco e atrás dele não devo me esconder… Porque finalmente entendi que as trevas que me enlouquecem são as vozes loucas que imagino estarem debochando de mim. Talvez o inferno seja os outros. E é melhor acreditar que toda forma de agressão vinda deles é na verdade um pedido de ajuda. O mesmo vale para todas conseqüências negativas do meu egoísmo, que entendo ser a semente essencial de qualquer tipo manifestação agressiva.
A realidade não pode ser medida pelo que podemos ver, mas sim pelo quanto conseguimos imaginar.

Primavera 2011

Discretamente chega mais uma primavera, nos abrindo os portais que precisamos para receber a fecundidade do Sagrado Sol, simbolizado pelo Santíssimo Sacramento, através do qual com seus raios adornos áureos comungam Céu e Terra; o Sagrado Coração de Jesus e de Maria, cristalizando-se sob nossa imagem e semelhança a mística Búdica ou Crística; ou o Deus Tifferet; Amon Rá; e finalmente o chacra cardíaco do Arcanjo Rafael, da 4ª Ronda Terrestre, nosso atual dia da Criação..

Feliz Primavera

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Eutanásia de inverno.

"Não sei o que houve, não tenho respostas... Juro que não me lembro!"

 Num poço de lágrimas sem advogados a dor de um corpo continua ecoando enquanto à natureza devolve os átomos...

Sem clemência nem misericórdia dissolvido num desterro...

Apenas um fruto que à Virgem cósmica retorna...


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um espírito no céu


Desvendando formas sublimes e até mesmo faces de anjos estampadas naquelas nuvens logo ali no céu, iluminou-me uma ideia: nós, humanos, sempre esquecemos das nossas origens e da nossa essência; mas a natureza não.


As nuvens são A Alma dos rios, que viajam pelo não-tempo sobre nosso espaço terreno, levando as oportunidades de vida a todos lugares... Sem, entretanto, nunca esquecer a infinita sabedoria do oceano, até o dia em que a este vier a retornar.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Aconteceu...

Uma roda num lugar, alguém relembrou o passado...

Chegou até mim e disse, "Fui seu pai! Fui seu pai, e você está fazendo tudo errado.

_ Ouça bem, meu chegado: sua ligação está sendo encaminhada para caixa de mensagens e estará sujeita a cobranças após o sinal!

_ Laroyé!!!!!

_ Boooom! Sai pela direita, porra! 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Para lá de Maio, ah!

Cobre meus débitos, compartilhe meus créditos...
E por mais que impossível, 
Condense o absoluto pela dissolução do véu visível,
pois além do invisível, estará o indivisível...

Repouse os olhos do turbilhão de lágrimas,
pois nem todo bom é bonito,
e nem todo belo verdadeiro...

No jogo da vida não precisar saber jogar,
basta não cair enquanto rodar.

`.´ 7!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ao tio Marcelo DD `.´

Se todo bem fosse bonito e todo belo verdadeiro, os labirintos que encerram nossos caminhos não seriam labirintos...

Tentei ajudar uma borboleta que saía do casulo, mas não deu certo porque um urubu não permitiu. Depois de caminhar um tempo pela neve, a borboleta vermelha me alcançou, e agradeceu minha boa intenção... Mas explicou que aquele estágio de dor, angústia e superação era necessário para ela se consolidar como borboleta, e que eu não poderia comprometer o curso natural das coisas.

Como forma de agradecimento, ela me contou que ao longo daquele caminho, estavam escondidas 3 caixas, uma negra, uma branca e outra vermelha. Adiantou que dentro de cada uma delas haveria um fragmento de um espelho, que unidas formariam a peça original.

Em cada uma das etapas, deveria pagar o peso de cada uma delas em chumbo aos tutores das caixas.

Perguntei de que me serviria aquilo...

Ela explicou que nossa caminhada deve servir para restaurar a nobreza orginal da natureza humana, e que aquele espelho reconstituído passaria a brilhar como ouro depois que encontrasse meu "eu" através de minha verdadeira imagem.

Foi assim... E quanto mais caminho, mais o fardo fica leve, e mais o fogo me aquece... Pois vou cada vez mais precisando de menos vestimentas.




segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um pouco de sinceridade...

Não é que corro demais... É que fico com medo das sombras que me perseguem.

 Não é que não sou capaz de amar... É que não me convém desaprender a estar sozinho.

Não é que fiquei desiludido... É que aprendi que as pessoas podem simplesmente ser como são (ou não).

Não é que nego o tempo... É que o tic-tac do relógio me deixa muito ansioso.

Não é que sou temperamental... É que sempre existe uma maneira correta de acertar ou errar.

Não é que não tenho uma religião... É que não consigo raciocinar muito bem através dela.

Não é que não acredito em nada... É que vivo melhor com as coisas que fazem sentido.

Não é que trabalho muito... É que gosto bastante daquilo que faço (não que isso seja sempre verdade).

Não é que tenho poucos amigos... É que bichos de estimação dão trabalho demais.

Não é que sou orgulhoso... É que pelo menos um pouco de amor-próprio ainda me pertence.

Não é que como ou bebo demais... É que sou de Minas Gerais.

Não é que a ira me entorpece... É que não aguento nem falsidade e nem inadimplência.

Não é que invejo as coisas boas dos outros... É que isso me incentiva a também querer ter coisas boas.

Não é que sou avarento... É que a carga tributária do governo é muito alta.

Não é que sou preguiçoso... É que meu lar é bastante confortável.

Não é questão de luxo... É que o prazer faz bem.

Não é só questão de querer... É que também depende se posso e se devo.

Não é questão de poder... É que às vezes não quero ou não devo.

Não é só questão de dever... É que muitas vezes podendo, apenas não quero.

Simples assim... Por que complicar?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vai, besta

Não pretendia nada, talvez apenas no máximo nadar um pouco...

Caminhava solitário na calmaria da baixa temporada, refletindo profundamente sobre a brevidade da vida e na complexidade da felicidade. Estava ali pela minha autossuficiência de poder caminhar e do poder aquisitivo de poder estar ali, pois muitos não estavam.

Fui para rever um velho amigo, enquanto meu olhar esbarrou com uma velha amiga mais velha ainda... A lua cheia exuberante se impondo timidamente no azul do entardecer...

Segui ensimesmado admirando o céu de brigadeiro, enquanto me arrepiava com a água que beijava o sorvete de creme feito de areia... E nessa tarde tão doce, analisando a vida e reforçando o significado da amizade, enxerguei uma criança absolutamente compenetrada numa tarefa que julguei bastante inviável...

À medida que me aproximava dela, fui desvendando que seu propósito era realmente aquele que havia suposto.

Aquele menino de rosto angelical estava contando grãos de areia... Me aproximei e tentei puxar assunto, mas ele me desdenhou absolutamente. Não contente com a indiferença, disparei uma flecha verbal em sua direção...

" _ Viu, garoto, você nunca vai conseguir contar todos os grãos de areia dessa praia!"

Ao que me fora respondido:

" _ Não preciso contar tudo, só o que está em minha mão. E é mais fácil eu conseguir contar esses grãos de areia do que você entender a brevidade da vida ou o real significado da amizade, porque isso só Deus sabe!"

Nesse instante um cão surgiu sei lá de onde e me olhou profundamente nos olhos, babando de vontade me devorar...

A criança ria de dar gosto enquanto eu me borrava... Até que o menino chamou o cão e saíram fraternalmente correndo pela praia, até eu os perder de vista...

Lembrei de um livro que li há muito tempo, do Paulo Coelho... E decidi onde será minha nova caminhada.

`:´

terça-feira, 14 de junho de 2011

Erax nohn Aquarium

Foi mais rápido que imaginei... Eu lá no alto, dezenas me observando, senti medo... Tentei recuar, mas a vergonha me impediu. O ridículo da covardia de meu medo de altura me impediu de impedir meu salto...
Cascata Veú da Noiva... Deslizei como sombra vultuosa na seda úmida do véu dessa musa, e irrompi solícito após 10 metros de altura nas bolhas de seu bouquet efervecente por entre as rochas da sua encosta.

Senti-me flutuando, quando na verdade afundava... Um silencio caótico e apaziguador... Não sabia em que direção nadar para emergir à superfície... Fui perdendo a sensibilidade, e uma profunda paz tomou conta dos meus sentidos... Larguei-me ao bel-prazer da correnteza... mas como a mão do médico que rompeu a bolsa aminiótica no meu parto, alguém me puxou e supostamente me salvou.

Olhares assustados... A brincadeira deveria acabar por ali...

Recobrei meus sentidos superficiais... Estava vivo, enfim.

Na sala de espera do meu médico antroposófico, um aquário...

Saberiam aqueles peixinhos suas verdadeiras origens? Saberiam distinguir o aquário de um rio? Aquário lindo, adornado por barquinhos de madeira, pedras brilhantes, uma turbina de ar...
Mas e quanto ao alimento que lhes caía do céu... Oferecida por mãos invisíveis, indistinguíveis pela refração do vidro do aquário e sua água meio turva...

Saberiam que são meros enfeites e simples distração para acalmar seus observadores?

E nós? Também não seríamos simples peixinhos imersos sob o véu da realidade servindo de distração para aqueles que chamamos deuses?

E nossas ações e orações... Um mecanismo de recompensa vindo dos céus para alimentar nossas almas conforme tamanho entretenimento lhes ofertamos?

É... Talvez isso seja a famigerada Era de Aquário... Comida demais nos mata, a falta dela também...

Mas vou rezar numa Capella, e pegar uma carona num desses discos voadores qualquer hora dessas...

Quero conhecer o mar... E navegar pelos oceanos dos meus sonhos lúdicos...

'.' VIVIVI .'.




sexta-feira, 3 de junho de 2011

Máscara mortuária

Não foi confeccionada em bronze...
Apenas revelada digitalmente em preto e branco.

O quê?
Uma antiga fotografia minha...
Mostrando alguém que não existe mais,
trajado numa moda obsoleta mista
de alegria e resignação.

Vi ali, naquele momento impresso,
um epitáfio rasgado pela
elegia de um sorriso forçoso e falsificado.

Que máscara, essa?
Por que sorrir na hora do registro se isso não equivale
à minha percepção gotejada pelo tempo cujo
veneno aprofunda essas marcas
de meu rosto cansado e sollitário?

Mas um cadáver digno de máscara mortuária nunca poderia vê-la...

Eis a controvérsia. Eu vi.
Vi a sua também.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sobre não ser vegetariano

Fui pagar alguma conta e um cartaz me chamou a atenção. Tratava-se da foto de um gatinho ensanguentado e abaixo os seguintes dizeres: "HOJE SALVEI UMA VIDA! SEJA VEGETARIANO!".
Confesso que me senti um pouco mal... Seria eu um assassino?
Mas aí pensei "não como carne de gato". E mesmo se comesse, não seria um gato assassinado, apenas um bife.
Estando com a consciência tranquila, sexta-feira após o expediente, fui comigo mesmo curtir uma hora feliz num boteco. Por ironia do destino, eu que não tenho nada de supersticioso, fiquei arrepiado com um gato que cruzou minha reta e proferiu um gutural gemido dos infernos... Mas mesmo assim, adentrei o boteco.
Uma moça me atendeu dizendo "o que vai pedir, gato?"... Por instantes raciocinei se ela estava me elogiando a beleza ou oferendo carne de gato. Arrepiei denovo.
Pedi uma dose de cachaça e uma porção de vaca atolada... Lembrei uma vez lá na roça que fui ajudar desatolar uma vaca boa que caiu no brejo... Aconteceu que de repente cutucaram uma colméia e as abelhas se deliciaram num prato frio de vingança sobre minha carne. Fui parar no hospital.
Mas aí, continuando o "causo", na hora que fui pegar um pedaço da carne, me entusiasmei com uma cena da mulher gato fazendo propaganda de enlatados para felinos domésticos.
A carne, embebida num molho avermelhado típico do prato, respingou gotas dentro da minha dose de cachaça. Fiquei observando que aquelas gotas não se desfizeram no álcool... E por incrível que pareça, elas começaram a orbitar em movimentos elípticos regulares...
Lembrei da curvatura espaço-tempo e do vácuo da singularidade. O efeito horizonte de uma tarde nada vegetariana me permitiu entender como os astros não caem lá de cima...
É porque o vácuo não é vácuo, e sim uma substância com viscosidade.
Entendi ser esse o sinal cósmico pra não deixar de comer uma carninha de vez em quando...

Miau!


Mais um inverno

Nada à frente... Apenas a neblina fria velando vagos faróis turvos e árvores úmidas às vezes vindo.
Meço o tempo pelas luzes e rasgo o asfalto subestimando meus limites. Meu destino está lá, em algum lugar... Tão distante após a curva...
O vidro embaça,
a visão diminui...

Alguém me chama!
Acordo logo sem saber de que lado estou...

Eis a hora de encarar a cidade cinza que nunca dorme,
embora sempre sonhe.

Considero sim a possibilidade da existência do espírito,
embora nenhuma prova evoque convicção suficiente num absoluto cujas regras incendeiem o desejo de tranquilidade em minha consciência.

Mas acelero... Para o destino chegar mais rápido,
embora os caminhos sejam sempre na neblina do meu próprio vazio.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Fragmentos de uma viagem ao futuro

A certeza de que os ciclos se repetem se prova pelo fato de que o “abstrato pressensível” sempre nos persegue… E nos encontra.
Mas o que seria um “abstrato-pressensível”,  senão o próprio espelho do imaginário? Emoção tão real quanto expressão; expressão tão nítda quanto a musculatura em sua dinâmica; movimentos precedidos por circuito elétrico, hardwere, cérebro, mente, pensamento… Imginário, emoção, expressão, comando…
Era um vez um cara que optou por limitar-se ao insosso ser apenas si, e descartou o imaginário. Pretendeu morrer antes da família e antes de construir uma própria. Acreditava que a paz eterna causaria menos danos, e o significado do sacrífício então mudaria o rumo de tantas outras. Mas ele era insignificante egoísta, portanto mal visto por não ter uma família própria, e de nada estatisticamente relevante serviu sua morte, exceto do sofrimento da danação eterna… Por que então não morreu… Embora morto. A sorte trapaceou a vida.
Eis então intersessão entre sensorial e abstrato: o imaginário e sua expressão.

Ser ou não ser...

Mas acontece que daqui oro melhor. (Mas que causação é essa de orar? Talvez nada além da coinidência entre ação e reação….?)
O que não está dito está expresso. Os que optam pela linguagem corporal aderem aos enigmas dos significados da linguagem não verbal; como tatuagens,  ou estilos, que traçam no corpo a história do significado ou, pelo menos, o significado da história no âmbito circinscrito do tempo vivido (mais ou menos vívido).
E as estórias ficaram tão histórias, (depois) que foi após as estórias que as histórias acolheram um significado maior (pois as mentiras também dizem verdades reprimidas). Muito além de ornamento, a linguagem é a pedra atirada que não volta mais. Uma mentira deve ser vista como o desejo do mentiroso que precisa parecer coerente. Mas simultaneamente a mentira pode ser descoberta, e sua incoerência uma prova (da tentação maligna).
A mentira responde aquilo que se gostaria de responder caso a resposta de fato fosse a verdade mentida.
Não sei muito sobre a vida (além da certeza de que ela acaba). Quanto a existir ou não uma realidade transcendental que dá continuidade à coisa, prefiro o silêncio (pois afinal posso estar errado).
Os amigos que me lêem associam comigo o significado dos escritos, mas será que sonham que (talvez) todo esse suposto devaneio não pertença a mim? Mas não cola a questão da mediniudade de espíritos que se apoderam e dizem por mim…
Na incorporação espiritual nada há além de desejos contidos, mas assim sendo, não é menos digna, posto que revela a expressão do contido em si.
A verdade é que remeto ao filosófico tudo que vivo em prática.
Sou apenas um cirurgião-dentista. Sonho em recolocar mais elementos dentários que retirá-los. Deparo regularmente com a linha tênue da dor. E, dentro do que me cabe… Aprendo com infelizes, tais quais como um dia fui.
Reescrevo a expressão de quem se desmembrou em pedaços. Reabilito mutilados. Filosofia é enfeite.
Atuo recompondo estruturas minerais  e tecidos moles.  Não agrado a todos, mas quem a todos agrada?
Mais que fechado ao ato; não só filosofo; atuo.
Mas me pergunto: por que a filosofia e a psicologia não têm páginas em livros de fisiologia?
(???)

Mas o mal tem cara de anjo...

Não é novidade que sou agricultor e pecuarista de proles de  cruzamentos recessivos. Também não é novidade que negocio almas, embora me odeiem por isso.
Orar aos anjos bonitinhos é como se nos rendêssemos aos supostos suaves empréstimos bancários que (...). Negociar com os demônios  é aprender a lidar com seres tão inferiores quanto você e eu. Então vamos começar respeitar…. E parar de tentar negociar pernas de cadeiras com asas de chícaras!!!!
Aconteceu de verdade que alguém do lado de lá deu uma espantada nessa cachorrada confusa que por si vai sem pressa para algum lugar entre o lá e o aqui… Mas deve ser evitada, entretanto absolutamente respeitada.
Como o quê???

Ahn???

Sabem, gentes?
Não existe a ausência, porque se não ela logo seria uma presença. Nem que fosse uma ausência mais presente que a verdadeira presença.
Ausência e presença se referindo ao mesmo objeto não se definem. Então não há! Nem hão de ser…
Logo, ausências por justificarem os não fatos em si, não mais concretas que a palavra que caracteriza uma sequer ausência, de fato deixam clara a essência da ausência mesma.
Logo, há…
Há algo em mim e em não só em mim.
Há algo além de nós por nós, e que tem nome.
A ausência desse nome é nós por nós mesmos ausentes de si.
Mas se o si é o que é…
Logo o si somos nós ausentes de nossas ausências.

Então...

Esoterismo é bom, mas estudar fisiologia continua sendo a melhor fonte circunscrita de autoconhecimento. Aí, relendo um capítulo de neurofisiologia, acabei dormindo.

Aconteceu que sonhei que eu estava encolhendo, mas meu reflexo diante de uma espécie de espelho, onde pelo qual nos vemos nos sonhos, permanecia inalterado. Fui me tornando um gigante diante de meus próprios olhos... Até ficar menor que um caroço de jaboticaba que estava em cima da mesa.

De repente, eu vi que eu mesmo gigante queria comer a jaboticaba, mas acabei aspirando um pó que saiu da jaboticaba e me engasguei... Mas eu não era eu, porque eu mesmo acabei sendo aspirado junto, e caí dentro do meu próprio organismo.

Caí no meio de algo que parecia uma imensa floresta escura e úmida, onde logo percebi se tratar dos pulmões.

Puxado como que aspirado por um furacão, mergulhei num oceano violento, fui sobrevivendo em bolhas de oxigênio e acabei parando naquilo que imaginei ser meu fígado. Muitos trabalhadores em regime escravo entretanto sorridentes. A ordens que seguiam vinham lá de cima, e pareciam ecoar de uma grande espiral eletromagnética das cores de uma aurora boreal...

Meu corpo visto de dentro me lembrou um formigueiro, com as jardineiras, as cortadeiras e as soldadas... E o substrato fúngico era aquele bolo alimentar embebido em álcool que já chegava parcialmente digerido e ácido próximo ao nível de um grande forno, que chamavam Sr. Duodeno. As macroestruturas celulares pareciam ter vida própria e autonomia intelectual.

Haviam células soldadas, cortadeiras e jardineiras, todas exercendo mecânica e instintivamente suas funções, seguindo as ordens do alto. Não pareciam perceber a que universo complexo pertenciam. As que se revoltavam ou pensavam demais se tornavam cancerígenas, e eram executadas em praça pública pelo macrófagos, depois de tatuadas "desertoras" no meio da testa pelas imunoglobulinas.

Perguntei pra uma delas como saía dali... Me responderam que ou vomitado ou cagado...

Entre ser vomitado ou cagado, não vi o fim da história... Acordei com  meu nariz entupido, sufocado... Num mal humor biliar.

Foram várias as conclusões metafísicas que esse sonho premunitório me trouxe... Dá pra imaginar?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ei...

Não fique aí respingando lágrimas,
Levanta logo a cabeça desse santo!

O tempo perdido no enxoval não foi tempo perdido,
mas é um tempo passado e logo agora já desiludido.

Doe tudo...
Não queime... vai...
era pra ser tão bonitinho,
pode servir a alguém...
Mas tomara que não né!
Porque ainda há esperança!!!
(créindeuspadi)

Mude seu endereço e principalmente de celular,
não deixe o eletroeletrônico ser seu melhor amigo.
(não ligue mais, tá?)

Viu... É tudo pro seu bem.
Amém. Thau
Amigos, tá

Dieta saudável

Ansiedade que não acaba...
 - mas haja jaboticaba! -
E esse sono que não chega...
- por causa da jaboticaba! -

Preto por fora com
branco por dentro: aroma
inconfundível que não sacia
e sempre acaba!!!

Até que se acaba no latino
aclive do morro da
JA-BO-TI-CA-BA 

(em busca de mais Jaboticaba)


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Caridade

Na farmácia:
Várias pessoas na fila e um assistente de caixa cheio de espinhas em seu primeiro emprego pergunta conforme a menção decorada:
_ Gostaria de doar as moedas de seu troco para a AACD?
_ Claro!
Porque se não fica feio...

No semáforo:
_ Sr., ajude esse pobre aleijado!
_ Claro!
Depois de quase passar com carro em cima dele era o mínimo que poderia fazer.

No semáforo da frente:
_ Tio, arruma uma moedinha pra mim.
_ Claro!
Afinal de contas poderia ter sido chamado de mano ou truta.

No próximo semáforo adiante do anterior;
_ Vou lavar seu parabrisa...
_ Mas não precisa, está limpo...
_ Então me arruma uma graninha pro leite das crianças...
_ Claro!
Mas não para leite, e sim para a pinga que é pra esse diabo morrer mais rápido.

Chegando na garagem de casa:
_ Isso é uma assalto!
_ Claro! Mas já me levaram tudo, sobrou nada.

E para mim também não sobrou nada...

Mística

Acordei querendo morrer mas levantei.
Assustei o sono com um copo de café.
Tentei relembrar tanto e quanto sonhei
Mas esqueci jogando sal grosso no pé.

Acendi uma vela violeta ao anjo de guarda,
e fiz uma simpatia contra a mal retaguarda.

Mas cheguei ao quintal e ali estava:
Uma vela preta e uma vassoura levantada!
Ortogonal, não encostava em nada...
O encosto a sustentava, mas isso não prova nada...
Porque antes de mais nada
era só uma vassoura levantada.
Normal e ortogonal.

Cotidiano

_ Olá, amigo, por onde andou? Sumiu...
_ Cara, fui abduzido!
_ Por naves e ets?
_ Não.
_ Pela filosofia estóica?
_ Não.
_ Pela televisão?
_ Não.
_ Por alguma paixão feroz?
_ Não.
_ Amor?
_ Não...
_ Pela política?
_ Não.
_ Pela música?
_ Não.
_ Pela metafísica?
_ Não.
_ Então desisto... Foi pelo quê?
_ Pelo trabalho.
_ Ah... Larga mão de ser mentiroso, sô!

Ilusão de ótica

Foi assim...
Parecia estar subindo quando na verdade estava descendo...
Eletromagnetismo e coisa e tal.
Mas aí, vinha vindo eu pedestre normal pela praça,
e avistei um rato, isso um rato!
Como poderia aquele rato estar ali?
Que catástrofe sanitária dessa cidade insana!
Fui me aproximando do rato,
não sei se pensando matar ou apenas observá-lo...
Mas aí não era um rato,
apenas um pedaço de bombril 1001 utilidades
sendo arrastado pelo vento.
E só.

Bradicardia


Comendo mangas e manchando mangas longas,
Ouvindo sons dos tiros e dos motores aspirados..
Inspirado por sabores insossos e sombrios
Como se não houvesse mais nada
Como se não houvesse mais vida,
Assoprei o pó e as cinzas de volta ao passado.

Escutei mais tiros, logo, ainda estou vivo...
Mas é mais seguro distanciar-se dos tiroteios,
Para o pouco tempo passar mais devagar.

terça-feira, 29 de março de 2011


ESOTERISMO SIMPLIFICADO – PARTE 01

Crop Circles ( ou Agroglifos)

Revendo os passos e perseguindo os traços de manifestações originadas bem além das fronteiras dos telescópios, percebi bem diante do meu nariz algo em que só não acredita quem não quer.

Os Crop Circles, ou agroglifos, são bastantes conhecidos na ufologia, mas por não serem interessantes à grande mídia, acabam permanecendo desconhecidos. Tratam-se essencialmente de expressivos símbolos da geometria do universo impressos em áreas verdes, normalmente plantações. Para uns, obras de origem extraterrena; para outros, mero impressionismo utilizado para manipular o imaginário coletivo.

Se você já conduziu um trator (e eu já, lá em Campos Gerais - MG), deve saber ser impossível utilizá-lo numa brincadeirinha para desenhar formas curiosas em plantações, a não ser que ele seja teleguiado por satélites controladores de tratores e um possua um sistema incrível de turbinas silenciosas. Bem... Não é o caso.

Se ver já fosse suficiente, como entendemos que assim deva acontecer para acreditarmos, então eu já acreditaria, porque eu vi. Duas vezes.

Uma aconteceu próximo à nascente do rio São Francisco, no Parque Nacional da Serra da Canastra.

A segunda, e havia outra pessoa comigo que também viu, foi em meio a uma tromba d'água, a caminho de Poços de Caldas, próximo à cidade de Serrania, MG.

Para mim ficou óbvio que não era avião nem helicóptero... Mas tem coisa que a gente olha, vê, pensa, não entende e guarda pra gente.

Não costumo falar sobre isso supondo ter de convencer alguém, e isso não procede. Mas como eu duvido de mim mesmo o máximo possível para não me enganar, prefiro acreditar em outras evidências.

Assim, os Crop Circles ou Agroglifos são evidências imparciais e absolutas - embora a parcialidade do objetivismo da minha dedução - e demonstram claramente manifestações físicas de forças sutis e/ou suprassensíveis (ou então um caipira de muito bom gosto que fica rabiscando a plantação com o trator estelar).

Este pequeno ensaio é simplesmente para despertar o interesse sobre o assunto, ou não.

Penso: se eu vi algo que de fato possa ser o que suponho, e estamos carecas de saber que isso é verdade, por que eles (os ETs) não aparecem e se comunicam diretamente?

Aí, refletindo, me coloquei no lugar de um carinha cabeçudo, verde ou acinzentado, vindo pregar paz e amor na Terra. Um lugar com uma poluição eletromagnética terrível, com suas ondas audiovisuais descontroladas, gente se matando a todo momento, guerra de lá, guerra de cá...

Como é que um ser altamente evoluído vai se submeter a um perigo desses, ainda mais diante do que normalmente acontece com aqueles que acidentalmente acabam pousando? Aconteceu em Varginha, por exemplo (inclusive sou de lá, e sim: é verdade!)

E respondendo à pergunta, eles se comunicam sim! Através dos Crop Circles, por exemplo, uai...

Sabe quando alguém não entende o que falamos e ironicamente brincamos se a pessoa quer que desenhemos? Então... É a mesma lógica didática usada pelos ETs.

Para explicar pra essa criançada aqui da terra como é possível a vida em outros lugares do universo, e como eles conseguem chegar até aqui, eles desenham. Logo, os desenhos esquematizam desde as propriedades mais simples do universo como também as tecnologias usadas para explorá-lo.

Os Crop Circles são projeções bidimensionais de estruturas tridimensionais. Tal como uma onda que representa bidimensionalmente algo que de fato é uma espiral... Mas voltemos aos fatos mais simples.


Em 15 de Agosto de 2002, o Crop Circle acima apareceu em Crabwood, no Reino Unido, em meio a uma tempestade, logo ao lado de um dos mais importantes observatórios astronômicos da localidade.

Não, não é montagem, já perdi bastante tempo tentando desacreditar essa imagem. Trata-se de um ET segurando um CD... Seria um Hacker ?


Será que isso é obra de uma seita secreta de agricultores ocultistas com seus tratores espaciais?


Isso é um presente dos céus! Não acredita quem não quer!

Um preceito básico que qualquer iniciação é o “conhece-te a ti mesmo”. Conhecimento Esotérico não é ficar lendo horóscopo pra saber pra quem dar ou quem comer, gente!

É entendendo o MACRO que entenderemos a nossa própria estrutura MICRO, e nosso papel dentro do universo. ELES estão nos ajudando lá de cima e daqui do lado.

Deus se estiver está lá em cima, não está? E dentro de nós mesmos também, não é? E Ele criou tudo, não foi?

Então, estão aí seus projetos!

Não acredita quem não quer! E isso não é brincadeira.

Por Fabrício Manoel Oliveira

Crop Circles

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sobre Dedim de prosa

Queridos amigos que têm se aventurado nas aventuras do Zóio,

               Venho dizer que a obra "Dedim de Prosa" em seus 33 capítulos foi comprada por uma editora e por questões de propriedade intelectual e direitos autorais não será mais publicada neste blog.

               Dentro de aproximadamente um ano a partir desta data a história na íntegra poderá ser adquirida nas melhores livrarias e bancas de jornal próximas a você.

               Grande abraço,

                                      Fabrício Manoel Oliveira

sexta-feira, 11 de março de 2011

Dedim de prosa - Parte 11

Dedim de prosa - Parte 11

Zóio foi interrompido pelo resto do pessoal da pesada que estava chegando...

General Rege e o patrão mijavam de rir do Zóio... Aí chegou uma diabinha linda servindo taças de coquetel de manga com erva cidreira e hortelã... Pasmem: nada de álcool.

Zóio, meio zonzo, tomando seu chá, ou coquetel, ou o quê aquilo fosse, pensava: “às vezes deveríamos lidar melhor com as infinidades ao invés de renormalizá-las”. A infinidade em sua magnitude é um imenso espaço “vazio” preenchido por energia... E as diversas frações de realidades dos mundos paralelos nada além de interrupções desse espaço... Como uma música, com suas pausas e vibrações inseridas na infinidade de um grande silêncio. Mas qual seria a música? Qual era a vibração da perturbação do Zóio? Qual a sintonia?

Um peixe só passa a saber que estava na água depois de sair dela... E Zóio não sabia se estava dentro ou fora d'água... Mas é engraçado... Afogar-se basicamente é o mesmo que sufocar-se... Não é?

Mas subtraindo as abstrações (por enquanto), aconteceu então que se aproximava deles o dono da concessão da Rede Record. Enquanto se aproximava, o general comentou discretamente que ele era o avatar do demônio que nem ousavam dizer o nome verdadeiro. Aliás, esse demônio não tem um nome definido. Ele é tão poderoso que a maioria dos feiticeiros prefere não incomodá-lo... Fazer os cristãos falarem mal uns dos outros em fofocas e causar rixas dentro das igrejas e entre os irmãos... Além de procurar enfraquecer a comunhão dos crentes no Senhor Deus, numa técnica surpreendente: evangelizando.

_ Patrão! Disse em tom militar e batendo continência.

_ Não descansar! Péssimo ter de revê-lo.

_ Péssimo ter de revê-lo também, Sr.!

_ E como andam as coisas... Só usando meu nome em vão, seu capeta desgraçado?

_ Sim, Sr.!

_ Você não ter vergonha de colocar toda a culpa no Diabo?

_ Não, Sr.!

_ E esse terno ridículo?! Hoje é dia de festa!

_ A festa está na alegria de louvar ao Senhor, Sr.!

O patrão caiu na risada. Aquele era o recordista em almas. Através de uma rede aberta de televisão, desenvolveu uma técnica bem simples: começar diariamente com uma pregação pra lavar a mente e carregar a alma de bastante culpa. Depois noticiários com todo tipo de desgraça possível, alimentando o instinto animal de ser humano ao mesmo tempo que vende a salvação ao pouco de humanidade que ainda resta. Entretanto, o deus dele é um famigerado doente, sedento por sangue, condenando à danação os pobrezinhos que não se convertem ao dízimo. Simplificando... O cara é ruim mesmo. Nem o patrão gostava dele. Estava ganhando tanto dinheiro que vinha patrocinando a ultima novidade em audiovisual: uma TV de plasma que, além de plana, pingava sangue e espirrava água benta da terra santa.

Criou filiais com outras bandeiras televisivas, colocando sempre uma fé contra outra.

_ Conhece esse pastor de almas, Zóio? - Disse o patrão.

_ Não... Tenho evitado assistir à TV.

_ Claro que me conhece, meu querido irmãozinho Zóio. Já fora batizado em quase todas minhas igrejas. Já até disse que enxergou Jesus no fundo d'água...

_ Eles iam me afogar, porra!

_ Não importa... Mas é claro que me conhece! Por que não conta o resto da história que estava contando... Depois que saiu do trem...

_ Como ele sabe, Raul?

O patrão, ainda Raul, deu de ombros... e acrescentou:

_ Não gosto desse cara, não tem ética nenhuma! Deixa meu Irmão aparecer...

_ Obrigado, Sr..

O cinismo dele era incrível. E continuava na sua postura militar, sem descanso... Um verdadeiro obreiro.

Os 3 .'. olharam para Zóio e pediram que continuasse narrando...

CONTINUA

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dedim de prosa - Parte 10

Zóio fechou seus olhos e começou a contar...

Nos meus primeiros tempos de habitante da região metropolitana, viajar de trem era exótico. O cheiro das pastilhas de freio aromatizava a paisagem de favelas contrastando os condomínios fechados em meio ao pouco verde que ainda existe. Olhando pela janela adornada de um tipo de plástico como se fosse vidro tentava ler os escritos arranhados por diversas pessoas. Considerações do tipo “força jovem”, “se deus vier ao mundo que venha armado”, “sangue e coragem” ou puramente “Fe, te amo para sempre” me assustavam. Tentava entender, ou melhor, imaginar o contexto psicológico vândalo de quem infringiu tais inscrições num patrimônio “público”. Talvez o desejo de imortalizar aquela referida condição... Bem, não sei. E mesmo que visse alguém fazendo ficaria bem quieto. Mas de tudo, o que mais me chamava a atenção eram as cruzes. Ao longo de todo trajeto havia cruzes pretas invertidas pintadas nas paredes e pilares das pontes e viadutos. A princípio imaginei que fossem marcações da CPTM, mas logo descartei a hipótese. Que tipo de pessoa, seita ou sei lá o que dispensaria tanto tempo marcando cruzes negras invertidas ao longo da ferrovia? No satanismo a cruz invertida representa escárnio e rejeição a Jesus Cristo e o desprezo ao evangelho da salvação.

Às vezes via situações bem inusitadas. Pessoas e feições diversas. Vendedores ambulantes aos berros na defesa da qualidade de seus produtos, saltando vagões, fugindo dos fiscais. Sempre surgiam os pregadores de diversas igrejas de diversas crenças falando aos montes. Umas pessoas reagiam indiferentes, outras insatisfeitas demonstravam pensamentos nocivos. Uns perfumados, outros suados. Uns lendo ou dormindo, outros jogando. Todos num mesmo vagão em direção à estação Luz.

Sentou-se ao meu lado uma senhora. Eu simplesmente desejei boa tarde e me acomodei para lhe ceder espaço.

_ Olha moço, sabe que nunca ninguém me desejou boa tarde no trem?

_ Sério?

_ Sim, e faz muito tempo que freqüento esse trem. Sabe que você me lembra muito meu filho?

_ Fico feliz, espero que tenha apenas boas lembranças de seu filho – assenti suavemente sarcástico, duvidando da capacidade de entendimento da interlocutora, sem saber o que viria em seguida.

_ Sim, era um rapaz muito bom. Estudava, trabalhava, estava comprando um apartamento...

Permaneci olhando o filme que se passava ao fundo dos olhos daquela senhora de nenhuma vaidade, que se permitia estampar na própria aparência toda sua tragédia.

_ Mas meu filho faleceu – continuou -. Ele gostava de uma mulher que acabou com a vida dele. Depois que terminaram o casamento ele entrou numa tristeza profunda. Não podia mais ver meu filho daquela maneira. Tão bom rapaz, um filho maravilhoso, nunca nem alterou a voz para mim. Era um ótimo auxiliar de enfermagem, mas numa certa noite tomou uma dose fatal de medicamentos... Encontraram seu corpo numa área de serviço do hospital, o médico de plantão estava dormindo e quando acordou para fumar o viu.

_ Sinto pelo seu filho, mas ainda estamos muito distantes de entender o que faz uma pessoa perder o sentido de viver. Penso que se um dia soubermos isso poderá ser evitado. Você tem mais filhos?

_ Tenho uma filha, uma grande desgraça.

_ Como assim uma grande desgraça?!

_ Ela engravidou e tirou o resto que eu ainda possuía.

_ Mas como? Uma filha grávida não seria um motivo de felicidade?

_ Talvez sim se o pai da criança não fosse meu ex-marido. Ele assediava minha filha de apenas 14 anos, do segundo casamento, enquanto eu trabalhava. Esse meu terceiro ex-marido era mais jovem. Eles fugiram juntos. Minha dor foi tanta que não sei explicar. Logo depois tive um câncer, perdi meu útero e fiquei seca. Meu primeiro marido, pai do meu falecido filho era segurança de um banco e morreu assassinado. O pai da minha filha se foi enquanto ainda estava grávida. Isso seria um motivo para perder o sentido da vida, senhor?
Nesse momento um mal estar me causou enjôo, e um cheiro muito forte de enxofre se fez presente. Fechei meus olhos e levei a mão à cabeça... Foi quando uma pessoa se sentou abruptamente no lugar da senhora que não estava mais presente. Tive um choque, enquanto isso algumas pessoa resvalavam risos. Era como se ninguém estivesse ao meu lado enquanto eu, conversava sozinho. O novo ocupante se dirigiu a mim e perguntou em qual estação eu desceria...

_ Você viu a senhora que estava aqui agora? Você se sentou no lugar dela! – Perguntei.

_ Não posso ver, senhor, eu sou cego. Mas sim, eu senti uma pessoa aqui. Por favor, em qual estação vai descer?

_ Luz. Vou para a luz.

_ Pode me ajudar chegar à plataforma de Guaianazes?

_ Sim... Claro que posso. Você é cego desde que nasceu?

_ Nessa vida, sim. Na minha última encarnação eu presenciei um adultério que antecipou a minha morte. Foi quando decidi que se nascesse novamente não gostaria de enxergar.

_ Pelo amor de Deus. Eu só posso estar louco. Que papo é esse de encarnação, meu amigo?

_ É... Você deve estar dando muito trabalho aos espíritos. Mas tudo é uma questão de tempo, seria mais fácil aceitar sua missão. Chegamos, pode me ajudar?

Descemos do trem de braços dados, esperamos o tumulto diminuir para pegar a escada rolante. Nenhuma palavra a mais fora pronunciada. Quando olhei de volta ao trem, que já partia, vi novamente, dessa vez pela janela, o semblante mórbido e os olhos vítreos daquela senhora... O arrepio endurecera meu pescoço e meus ombros… Quando deixei o cego na plataforma, ele me agradeceu sem muitas palavras. Aguardei a certa distância sua partida com o auxílio de uma nova pessoa.

Não dava pra saber o que tinha se passado. Desisti imediatamente de pensar no assunto. Desconectei minhas idéias do princípio de entendimento racional. A verdade estava longe da minha capacidade em concebê-la. Eu vi e falei com um espírito ou toda aquela atmosfera hostil das pessoas do trem me gerou uma idealização que representasse a tragédia humana numa alucinação, na visualização da referida senhora?

Mas sendo assim, o que foi o cego me falando aquilo? Teria ele entendido meu contexto porque sua percepção de imaginar as coisas assim o permitiu? Ou estaria tudo ligado a uma força providencial?

Decididamente eu precisava rezar e procurar um médico. Essa ambígua pretensão iniciou-se tão logo cruzei a Praça da Sé, ao me sentir atraído a entrar na catedral. Misturada ao comércio informal, poluição, prostitutas, usuários de drogas, crianças degeneradas, pessoas normais e algumas freiras estava a porta do templo católico.

Diante das imagens e do altar as lembranças se faziam presentes. À mente vinham idéias do passado, da época que freqüentava as missas, de quando fui catequista e de quando era coroinha. Nostálgico e singelo era meu passado católico. Não lembrava mais a partir de que momento me afastei dos rituais. Independente de qualquer coisa, na época não me sentia mal em participar de missas cujos celebrantes de uma forma ou de outra estavam associados a algum escândalo. Entendia a limitação deles, enquanto homens. Tentava buscar valia pelas intenções. Lembrei-me de minha última confissão, na crisma, há muito tempo. Foi muito bom o papo, muito sensato, inclusive. Mas acho que desisti de ir por ser muito cansativo. Quando a oração do Pai Nosso era cantada eu queria morrer. Chegou num ponto que ir à missa era em si uma forma de penitência pelos meus pecados. Não suportava aquele tanto de gente hipócrita fingindo acreditar e entender tudo, abrindo a boca, fazendo barulho. Acho que comecei perceber que pecava mais indo à igreja que não indo.

Mas nesse dia eu estava numa concepção diferente. Meu Deus, eu tinha conversado com alguém que não existia! A qualquer que contasse isso ou iria rir ou querer me internar. E o cego? O que foi aquilo? Seria o caso de me confessar com um padre? Não pensando que necessariamente o padre seja capaz de absolver meus pecados, e sim como pessoa pela formação capacitada a lidar de forma mais própria com questões de ordem sobrenatural, dentro das convicções de minha formação católica, resolvi me dirigir ao confessionário.