Pássaros sempre foram o fim do meu sono. Pássaros engaiolados além do muro vizinho, ressonando a perspectiva de liberdade... E quem dera fossem libertos para tão longe quisessem voar, e que o silencio logo voltasse silenciar. Mas talvez fosse apenas o estômago pedindo substância, e o cárcere fosse mais seguro que a liberdade.
Levantamos silenciosos, sob o torpor embrigado de nosso sono. E mais um dia assim viria, sob uma dose de café e um pouco de fé depois da água fria.
A lua não despencou, o Sol reapareceu. Mais um dia então se pronunciava, e tudo prosseguia normal em seu curso natural.
A injeção dos motores se misturava ao trânsito caótico, a paciência resvalava entre a intolerância. Dia normal.