Raul Seixas e Zóio seguiram da Pousada do Caminheiro rumo ao centro da reunião secreta.
Aquele plano suprassensorial era interessante. O céu era cor de baunilha e as criancinhas brincavam de espetar umas às outras com seus tridentes e rabinhos pontiagudos – sim, aquela história de que crianças são anjinhos aqui não é verdadeira não... - .
O que mais impressionou o Zóio foi a quantidade de mulheres. Todas de todos os tipos... E Raul interpelou...
_ Poxa bicho, essas diabinhas são danadas... Vai ver daqui a pouco quando o trio elétrico com o pessoal de Bandeira do Sul chegar... Um calor só!
_ Percebi mesmo...
Zóio ficou impressionado com a autoridade do Raul... Todo tipo de gente venerava o cara. Era “toca Raul para lá” e “Toca Raul para cá”... Aquelas coisas bem do tipo bêbado no final de noite mesmo. Zóio se sentiu envaidecido, imaginando que um dia diriam “olha o Zóio para lá”, “olha o Zóio para cá”...
Aí pula uma parte chata da história e de repente chegam num castelo. O palco já estava armado, e havia uma grande poltrona atrás desse palco com símbolos do ocultismo, como o Santo Graau, pentagramas os mais diversos, cruzes sovásticas e soásticas... E uma infinidade de coisas referentes a coisas situadas entre o lá e o aqui.
Havia ainda mais 5 poltronas com adornos específicos às funções desempenhadas por cada ocupante, formando um pentagrama inscrito num círculo e mais duas poltronas suavemente mais elevadas de fronte ao palco e lateralmente às 2 colunas que encerravam a silhueta da porta de entrada.
Enquanto Zóio pensava “e eu?”, Raul Seixas disse...
_ Na verdade, esse palco servirá de altar antes do show...
_ “Tô” ligado... Mas e onde eu entro nessa estória?
_ Poxa, Zóio... Tu és a verdadeira história...
_ Agora é o seguinte, cara: hoje o teu cargo se elevará.
_ Uai... Agora estamos falando meu “mineirês”... Fala aí o que vai rolar... Mas e o patrão, “cadê” ele?
_ Uai, Zóio, não me reconhece? Posso ser quem eu quiser, inclusive toda ficção que habita o imaginário coletivo dos esotéricos, maconheiros e músicos (exceto o Ventania que é desesperadamente o fim)... HAHAHAHAHA
_ Só... - E Zóio, o Herói Esotérico do Brasil, ficou perplexo e arrependido de não ter pegado o autógrafo do Raul Seixas...
_ Zóio, é o seguinte. Tá vendo aquele triângulo dourado ao lado daquelas velas vermelhas, amarelas, brancas e pretas?
_ “Tô”.
_ Mas então por que está olhando para o outro lado?
_ PORQUE SOU ESTRÁBICO, PORRA! - E o patrão do Zóio caiu na risada... e o Zóio ficou nervoso, muito nervoso.
_ Ai ai ai, assim me mata de rir, zambetão... Mas enfim, é que como sabe também tenho um patrão. Aquilo ali é o delta do “Olho Que Tudo Vê”! É através dele que vai expôr teus lindos olhinhos tortos. É só sentar atrás do vidro onde tem uma mesinha... Tu farás o relatório da reunião.
_ Por acaso usar dos meus olhos vesgos seria parte de algum plano diabólico para enganar o seu patrão, e assim Ele não intervir nas ações dos anticristo?
_ kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Claro que não Zóio, imagina. Cristo não tem nada a ver com essa estória. O importante é saber usar dos óculos que dei a você.
_ Mas e essa “capetaiada” sentada? Eles têm coração?
_ Claro Zóio.
_ Vou apresentá-los um a um.
Aquele ali é o ...
CONTINUA