sexta-feira, 3 de junho de 2011

Máscara mortuária

Não foi confeccionada em bronze...
Apenas revelada digitalmente em preto e branco.

O quê?
Uma antiga fotografia minha...
Mostrando alguém que não existe mais,
trajado numa moda obsoleta mista
de alegria e resignação.

Vi ali, naquele momento impresso,
um epitáfio rasgado pela
elegia de um sorriso forçoso e falsificado.

Que máscara, essa?
Por que sorrir na hora do registro se isso não equivale
à minha percepção gotejada pelo tempo cujo
veneno aprofunda essas marcas
de meu rosto cansado e sollitário?

Mas um cadáver digno de máscara mortuária nunca poderia vê-la...

Eis a controvérsia. Eu vi.
Vi a sua também.