Se todo bem fosse bonito e todo belo verdadeiro, os labirintos que encerram nossos caminhos não seriam labirintos...
Tentei ajudar uma borboleta que saía do casulo, mas não deu certo porque um urubu não permitiu. Depois de caminhar um tempo pela neve, a borboleta vermelha me alcançou, e agradeceu minha boa intenção... Mas explicou que aquele estágio de dor, angústia e superação era necessário para ela se consolidar como borboleta, e que eu não poderia comprometer o curso natural das coisas.
Como forma de agradecimento, ela me contou que ao longo daquele caminho, estavam escondidas 3 caixas, uma negra, uma branca e outra vermelha. Adiantou que dentro de cada uma delas haveria um fragmento de um espelho, que unidas formariam a peça original.
Em cada uma das etapas, deveria pagar o peso de cada uma delas em chumbo aos tutores das caixas.
Perguntei de que me serviria aquilo...
Ela explicou que nossa caminhada deve servir para restaurar a nobreza orginal da natureza humana, e que aquele espelho reconstituído passaria a brilhar como ouro depois que encontrasse meu "eu" através de minha verdadeira imagem.
Foi assim... E quanto mais caminho, mais o fardo fica leve, e mais o fogo me aquece... Pois vou cada vez mais precisando de menos vestimentas.