terça-feira, 29 de março de 2011


ESOTERISMO SIMPLIFICADO – PARTE 01

Crop Circles ( ou Agroglifos)

Revendo os passos e perseguindo os traços de manifestações originadas bem além das fronteiras dos telescópios, percebi bem diante do meu nariz algo em que só não acredita quem não quer.

Os Crop Circles, ou agroglifos, são bastantes conhecidos na ufologia, mas por não serem interessantes à grande mídia, acabam permanecendo desconhecidos. Tratam-se essencialmente de expressivos símbolos da geometria do universo impressos em áreas verdes, normalmente plantações. Para uns, obras de origem extraterrena; para outros, mero impressionismo utilizado para manipular o imaginário coletivo.

Se você já conduziu um trator (e eu já, lá em Campos Gerais - MG), deve saber ser impossível utilizá-lo numa brincadeirinha para desenhar formas curiosas em plantações, a não ser que ele seja teleguiado por satélites controladores de tratores e um possua um sistema incrível de turbinas silenciosas. Bem... Não é o caso.

Se ver já fosse suficiente, como entendemos que assim deva acontecer para acreditarmos, então eu já acreditaria, porque eu vi. Duas vezes.

Uma aconteceu próximo à nascente do rio São Francisco, no Parque Nacional da Serra da Canastra.

A segunda, e havia outra pessoa comigo que também viu, foi em meio a uma tromba d'água, a caminho de Poços de Caldas, próximo à cidade de Serrania, MG.

Para mim ficou óbvio que não era avião nem helicóptero... Mas tem coisa que a gente olha, vê, pensa, não entende e guarda pra gente.

Não costumo falar sobre isso supondo ter de convencer alguém, e isso não procede. Mas como eu duvido de mim mesmo o máximo possível para não me enganar, prefiro acreditar em outras evidências.

Assim, os Crop Circles ou Agroglifos são evidências imparciais e absolutas - embora a parcialidade do objetivismo da minha dedução - e demonstram claramente manifestações físicas de forças sutis e/ou suprassensíveis (ou então um caipira de muito bom gosto que fica rabiscando a plantação com o trator estelar).

Este pequeno ensaio é simplesmente para despertar o interesse sobre o assunto, ou não.

Penso: se eu vi algo que de fato possa ser o que suponho, e estamos carecas de saber que isso é verdade, por que eles (os ETs) não aparecem e se comunicam diretamente?

Aí, refletindo, me coloquei no lugar de um carinha cabeçudo, verde ou acinzentado, vindo pregar paz e amor na Terra. Um lugar com uma poluição eletromagnética terrível, com suas ondas audiovisuais descontroladas, gente se matando a todo momento, guerra de lá, guerra de cá...

Como é que um ser altamente evoluído vai se submeter a um perigo desses, ainda mais diante do que normalmente acontece com aqueles que acidentalmente acabam pousando? Aconteceu em Varginha, por exemplo (inclusive sou de lá, e sim: é verdade!)

E respondendo à pergunta, eles se comunicam sim! Através dos Crop Circles, por exemplo, uai...

Sabe quando alguém não entende o que falamos e ironicamente brincamos se a pessoa quer que desenhemos? Então... É a mesma lógica didática usada pelos ETs.

Para explicar pra essa criançada aqui da terra como é possível a vida em outros lugares do universo, e como eles conseguem chegar até aqui, eles desenham. Logo, os desenhos esquematizam desde as propriedades mais simples do universo como também as tecnologias usadas para explorá-lo.

Os Crop Circles são projeções bidimensionais de estruturas tridimensionais. Tal como uma onda que representa bidimensionalmente algo que de fato é uma espiral... Mas voltemos aos fatos mais simples.


Em 15 de Agosto de 2002, o Crop Circle acima apareceu em Crabwood, no Reino Unido, em meio a uma tempestade, logo ao lado de um dos mais importantes observatórios astronômicos da localidade.

Não, não é montagem, já perdi bastante tempo tentando desacreditar essa imagem. Trata-se de um ET segurando um CD... Seria um Hacker ?


Será que isso é obra de uma seita secreta de agricultores ocultistas com seus tratores espaciais?


Isso é um presente dos céus! Não acredita quem não quer!

Um preceito básico que qualquer iniciação é o “conhece-te a ti mesmo”. Conhecimento Esotérico não é ficar lendo horóscopo pra saber pra quem dar ou quem comer, gente!

É entendendo o MACRO que entenderemos a nossa própria estrutura MICRO, e nosso papel dentro do universo. ELES estão nos ajudando lá de cima e daqui do lado.

Deus se estiver está lá em cima, não está? E dentro de nós mesmos também, não é? E Ele criou tudo, não foi?

Então, estão aí seus projetos!

Não acredita quem não quer! E isso não é brincadeira.

Por Fabrício Manoel Oliveira

Crop Circles

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sobre Dedim de prosa

Queridos amigos que têm se aventurado nas aventuras do Zóio,

               Venho dizer que a obra "Dedim de Prosa" em seus 33 capítulos foi comprada por uma editora e por questões de propriedade intelectual e direitos autorais não será mais publicada neste blog.

               Dentro de aproximadamente um ano a partir desta data a história na íntegra poderá ser adquirida nas melhores livrarias e bancas de jornal próximas a você.

               Grande abraço,

                                      Fabrício Manoel Oliveira

sexta-feira, 11 de março de 2011

Dedim de prosa - Parte 11

Dedim de prosa - Parte 11

Zóio foi interrompido pelo resto do pessoal da pesada que estava chegando...

General Rege e o patrão mijavam de rir do Zóio... Aí chegou uma diabinha linda servindo taças de coquetel de manga com erva cidreira e hortelã... Pasmem: nada de álcool.

Zóio, meio zonzo, tomando seu chá, ou coquetel, ou o quê aquilo fosse, pensava: “às vezes deveríamos lidar melhor com as infinidades ao invés de renormalizá-las”. A infinidade em sua magnitude é um imenso espaço “vazio” preenchido por energia... E as diversas frações de realidades dos mundos paralelos nada além de interrupções desse espaço... Como uma música, com suas pausas e vibrações inseridas na infinidade de um grande silêncio. Mas qual seria a música? Qual era a vibração da perturbação do Zóio? Qual a sintonia?

Um peixe só passa a saber que estava na água depois de sair dela... E Zóio não sabia se estava dentro ou fora d'água... Mas é engraçado... Afogar-se basicamente é o mesmo que sufocar-se... Não é?

Mas subtraindo as abstrações (por enquanto), aconteceu então que se aproximava deles o dono da concessão da Rede Record. Enquanto se aproximava, o general comentou discretamente que ele era o avatar do demônio que nem ousavam dizer o nome verdadeiro. Aliás, esse demônio não tem um nome definido. Ele é tão poderoso que a maioria dos feiticeiros prefere não incomodá-lo... Fazer os cristãos falarem mal uns dos outros em fofocas e causar rixas dentro das igrejas e entre os irmãos... Além de procurar enfraquecer a comunhão dos crentes no Senhor Deus, numa técnica surpreendente: evangelizando.

_ Patrão! Disse em tom militar e batendo continência.

_ Não descansar! Péssimo ter de revê-lo.

_ Péssimo ter de revê-lo também, Sr.!

_ E como andam as coisas... Só usando meu nome em vão, seu capeta desgraçado?

_ Sim, Sr.!

_ Você não ter vergonha de colocar toda a culpa no Diabo?

_ Não, Sr.!

_ E esse terno ridículo?! Hoje é dia de festa!

_ A festa está na alegria de louvar ao Senhor, Sr.!

O patrão caiu na risada. Aquele era o recordista em almas. Através de uma rede aberta de televisão, desenvolveu uma técnica bem simples: começar diariamente com uma pregação pra lavar a mente e carregar a alma de bastante culpa. Depois noticiários com todo tipo de desgraça possível, alimentando o instinto animal de ser humano ao mesmo tempo que vende a salvação ao pouco de humanidade que ainda resta. Entretanto, o deus dele é um famigerado doente, sedento por sangue, condenando à danação os pobrezinhos que não se convertem ao dízimo. Simplificando... O cara é ruim mesmo. Nem o patrão gostava dele. Estava ganhando tanto dinheiro que vinha patrocinando a ultima novidade em audiovisual: uma TV de plasma que, além de plana, pingava sangue e espirrava água benta da terra santa.

Criou filiais com outras bandeiras televisivas, colocando sempre uma fé contra outra.

_ Conhece esse pastor de almas, Zóio? - Disse o patrão.

_ Não... Tenho evitado assistir à TV.

_ Claro que me conhece, meu querido irmãozinho Zóio. Já fora batizado em quase todas minhas igrejas. Já até disse que enxergou Jesus no fundo d'água...

_ Eles iam me afogar, porra!

_ Não importa... Mas é claro que me conhece! Por que não conta o resto da história que estava contando... Depois que saiu do trem...

_ Como ele sabe, Raul?

O patrão, ainda Raul, deu de ombros... e acrescentou:

_ Não gosto desse cara, não tem ética nenhuma! Deixa meu Irmão aparecer...

_ Obrigado, Sr..

O cinismo dele era incrível. E continuava na sua postura militar, sem descanso... Um verdadeiro obreiro.

Os 3 .'. olharam para Zóio e pediram que continuasse narrando...

CONTINUA

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dedim de prosa - Parte 10

Zóio fechou seus olhos e começou a contar...

Nos meus primeiros tempos de habitante da região metropolitana, viajar de trem era exótico. O cheiro das pastilhas de freio aromatizava a paisagem de favelas contrastando os condomínios fechados em meio ao pouco verde que ainda existe. Olhando pela janela adornada de um tipo de plástico como se fosse vidro tentava ler os escritos arranhados por diversas pessoas. Considerações do tipo “força jovem”, “se deus vier ao mundo que venha armado”, “sangue e coragem” ou puramente “Fe, te amo para sempre” me assustavam. Tentava entender, ou melhor, imaginar o contexto psicológico vândalo de quem infringiu tais inscrições num patrimônio “público”. Talvez o desejo de imortalizar aquela referida condição... Bem, não sei. E mesmo que visse alguém fazendo ficaria bem quieto. Mas de tudo, o que mais me chamava a atenção eram as cruzes. Ao longo de todo trajeto havia cruzes pretas invertidas pintadas nas paredes e pilares das pontes e viadutos. A princípio imaginei que fossem marcações da CPTM, mas logo descartei a hipótese. Que tipo de pessoa, seita ou sei lá o que dispensaria tanto tempo marcando cruzes negras invertidas ao longo da ferrovia? No satanismo a cruz invertida representa escárnio e rejeição a Jesus Cristo e o desprezo ao evangelho da salvação.

Às vezes via situações bem inusitadas. Pessoas e feições diversas. Vendedores ambulantes aos berros na defesa da qualidade de seus produtos, saltando vagões, fugindo dos fiscais. Sempre surgiam os pregadores de diversas igrejas de diversas crenças falando aos montes. Umas pessoas reagiam indiferentes, outras insatisfeitas demonstravam pensamentos nocivos. Uns perfumados, outros suados. Uns lendo ou dormindo, outros jogando. Todos num mesmo vagão em direção à estação Luz.

Sentou-se ao meu lado uma senhora. Eu simplesmente desejei boa tarde e me acomodei para lhe ceder espaço.

_ Olha moço, sabe que nunca ninguém me desejou boa tarde no trem?

_ Sério?

_ Sim, e faz muito tempo que freqüento esse trem. Sabe que você me lembra muito meu filho?

_ Fico feliz, espero que tenha apenas boas lembranças de seu filho – assenti suavemente sarcástico, duvidando da capacidade de entendimento da interlocutora, sem saber o que viria em seguida.

_ Sim, era um rapaz muito bom. Estudava, trabalhava, estava comprando um apartamento...

Permaneci olhando o filme que se passava ao fundo dos olhos daquela senhora de nenhuma vaidade, que se permitia estampar na própria aparência toda sua tragédia.

_ Mas meu filho faleceu – continuou -. Ele gostava de uma mulher que acabou com a vida dele. Depois que terminaram o casamento ele entrou numa tristeza profunda. Não podia mais ver meu filho daquela maneira. Tão bom rapaz, um filho maravilhoso, nunca nem alterou a voz para mim. Era um ótimo auxiliar de enfermagem, mas numa certa noite tomou uma dose fatal de medicamentos... Encontraram seu corpo numa área de serviço do hospital, o médico de plantão estava dormindo e quando acordou para fumar o viu.

_ Sinto pelo seu filho, mas ainda estamos muito distantes de entender o que faz uma pessoa perder o sentido de viver. Penso que se um dia soubermos isso poderá ser evitado. Você tem mais filhos?

_ Tenho uma filha, uma grande desgraça.

_ Como assim uma grande desgraça?!

_ Ela engravidou e tirou o resto que eu ainda possuía.

_ Mas como? Uma filha grávida não seria um motivo de felicidade?

_ Talvez sim se o pai da criança não fosse meu ex-marido. Ele assediava minha filha de apenas 14 anos, do segundo casamento, enquanto eu trabalhava. Esse meu terceiro ex-marido era mais jovem. Eles fugiram juntos. Minha dor foi tanta que não sei explicar. Logo depois tive um câncer, perdi meu útero e fiquei seca. Meu primeiro marido, pai do meu falecido filho era segurança de um banco e morreu assassinado. O pai da minha filha se foi enquanto ainda estava grávida. Isso seria um motivo para perder o sentido da vida, senhor?
Nesse momento um mal estar me causou enjôo, e um cheiro muito forte de enxofre se fez presente. Fechei meus olhos e levei a mão à cabeça... Foi quando uma pessoa se sentou abruptamente no lugar da senhora que não estava mais presente. Tive um choque, enquanto isso algumas pessoa resvalavam risos. Era como se ninguém estivesse ao meu lado enquanto eu, conversava sozinho. O novo ocupante se dirigiu a mim e perguntou em qual estação eu desceria...

_ Você viu a senhora que estava aqui agora? Você se sentou no lugar dela! – Perguntei.

_ Não posso ver, senhor, eu sou cego. Mas sim, eu senti uma pessoa aqui. Por favor, em qual estação vai descer?

_ Luz. Vou para a luz.

_ Pode me ajudar chegar à plataforma de Guaianazes?

_ Sim... Claro que posso. Você é cego desde que nasceu?

_ Nessa vida, sim. Na minha última encarnação eu presenciei um adultério que antecipou a minha morte. Foi quando decidi que se nascesse novamente não gostaria de enxergar.

_ Pelo amor de Deus. Eu só posso estar louco. Que papo é esse de encarnação, meu amigo?

_ É... Você deve estar dando muito trabalho aos espíritos. Mas tudo é uma questão de tempo, seria mais fácil aceitar sua missão. Chegamos, pode me ajudar?

Descemos do trem de braços dados, esperamos o tumulto diminuir para pegar a escada rolante. Nenhuma palavra a mais fora pronunciada. Quando olhei de volta ao trem, que já partia, vi novamente, dessa vez pela janela, o semblante mórbido e os olhos vítreos daquela senhora... O arrepio endurecera meu pescoço e meus ombros… Quando deixei o cego na plataforma, ele me agradeceu sem muitas palavras. Aguardei a certa distância sua partida com o auxílio de uma nova pessoa.

Não dava pra saber o que tinha se passado. Desisti imediatamente de pensar no assunto. Desconectei minhas idéias do princípio de entendimento racional. A verdade estava longe da minha capacidade em concebê-la. Eu vi e falei com um espírito ou toda aquela atmosfera hostil das pessoas do trem me gerou uma idealização que representasse a tragédia humana numa alucinação, na visualização da referida senhora?

Mas sendo assim, o que foi o cego me falando aquilo? Teria ele entendido meu contexto porque sua percepção de imaginar as coisas assim o permitiu? Ou estaria tudo ligado a uma força providencial?

Decididamente eu precisava rezar e procurar um médico. Essa ambígua pretensão iniciou-se tão logo cruzei a Praça da Sé, ao me sentir atraído a entrar na catedral. Misturada ao comércio informal, poluição, prostitutas, usuários de drogas, crianças degeneradas, pessoas normais e algumas freiras estava a porta do templo católico.

Diante das imagens e do altar as lembranças se faziam presentes. À mente vinham idéias do passado, da época que freqüentava as missas, de quando fui catequista e de quando era coroinha. Nostálgico e singelo era meu passado católico. Não lembrava mais a partir de que momento me afastei dos rituais. Independente de qualquer coisa, na época não me sentia mal em participar de missas cujos celebrantes de uma forma ou de outra estavam associados a algum escândalo. Entendia a limitação deles, enquanto homens. Tentava buscar valia pelas intenções. Lembrei-me de minha última confissão, na crisma, há muito tempo. Foi muito bom o papo, muito sensato, inclusive. Mas acho que desisti de ir por ser muito cansativo. Quando a oração do Pai Nosso era cantada eu queria morrer. Chegou num ponto que ir à missa era em si uma forma de penitência pelos meus pecados. Não suportava aquele tanto de gente hipócrita fingindo acreditar e entender tudo, abrindo a boca, fazendo barulho. Acho que comecei perceber que pecava mais indo à igreja que não indo.

Mas nesse dia eu estava numa concepção diferente. Meu Deus, eu tinha conversado com alguém que não existia! A qualquer que contasse isso ou iria rir ou querer me internar. E o cego? O que foi aquilo? Seria o caso de me confessar com um padre? Não pensando que necessariamente o padre seja capaz de absolver meus pecados, e sim como pessoa pela formação capacitada a lidar de forma mais própria com questões de ordem sobrenatural, dentro das convicções de minha formação católica, resolvi me dirigir ao confessionário.

Dedim de prosa - Parte 09


Zóio, o Herói Esotérico do Brasil, que nem frequentou as aulas de Educação Moral e Cívica, e nem mesmo prestou serviço militar obrigatório para obrigatoriamente ser patriota ao modo militar de ser, conhecia bem a arte da guerra. E política é guerra.

Politicamente, pois, entendeu logo que os demônios atacavam sempre em duas frentes. Uma atentava contra a perspectiva social e outra contra a moral, sendo inviável qualquer defesa simultânea contra ambos os ataques, e assim o inimigo seria derrotado.

Zóio ainda não compreendia bem por que a galera das “trevas”, que supostamente então viera trazer a luz, atentavam os humanos contra suas fraquezas... Seriam testes?

Qualquer que fosse a conversa, ninguém se importava de falar ao patrão perto de Zóio, afinal de contas ele sempre parecia distante e sempre olhando para outros lados... Era o secretário ideal do patrão.

_ Caro General Rege. Esse é meu novo acolhido. Ele é conhecido como Zóio... o Herói Esotérico do Brasil.

O General não pode se conter e caiu em satânicas gargalhadas, acrescentando...

_ Sr., me perdoe a insolência, mas ele parece ridículo.

_ Sim, ele é sim. Mas gosto dele. - Voltando-se para o secretário, prosseguiu o patrão - Zóio, não se ofenda. Esse é o General Rege.


Tratava-se do General do Ocultismo. Fundador espiritual da Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, farmacêutico e botânico, lida com o desenvolvimento tecnológico e melhoramento genético das drogas alucinógenas, como maconha, haxixe, cocaína, LSD, mescalina e outras. Essas são as drogas da feitiçaria, que atacam e abrem a mente para que um demônio possa entrar na pessoa. Rege também curte um som pesado e é responsável pelo enfeitiçamento da música...

_ Zóio... Zóio!

_ Sim, Raul... Desculpe... Sim, patrão.

_ O que está havendo?

_ É que me senti ridicularizado, e estava lembrando da viagem de trem, quando começou essa história de Herói Esotérico do Brasil, e também sobre a questão das drogas, e também sobre os feitiços musicais... E também sobre eu ter me formado na Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas.

Os dois caíram na risada e pediram que Zóio contasse sua experiência... Começando pelo trem.


_ Não é trem de mineiro, não sô... É Trem de verdade! Da CPTM!

Dedim de prosa - Parte 08

          (...)

_ Mas como podem haver “Feiticeiros Iluministas”? - Disse Zóio, que prosseguiu...

_ O Iluminismo como contexto histórico não foi exatamente a tentativa de separar a fé da razão, iluminando com a luz do conhecimento puro a verdade de toda ciência, segregando o racional do imaginário?

_ Bem, de fato isso aconteceu. Porém, o objetivo segundo o “contexto histórico” era minar a credibilidade da igreja católica como detentora única da Verdade e caminho único da Salvação.

_ Mas e essa galera aí? É iluminada por quem?

_ Pelo portador da luz, hora essa! Aquele que decaiu em chamas com a finalidade de esclarecer e clarear a mente dos humanos.

_ Mas por que ele, sendo um anjo, decaiu?

_ Questões políticas, caro Zóio.

_ Sabe, patrão, nunca acreditei em demônios... Sempre achei que Deus fosse único, onisciente e onipotente... Nunca entendi por que Deus criaria ou permitiria uma “potência” antagônica ao seu próprio significado (no caso o bem), da forma como o entendo.

_ Caro Zóio, isso é a Lei da Polaridade. O bem é bem, e o mal também.

_ Preferiria acreditar que demônios eram apenas configurações personificadas, símbolos, da própria maldade humana... Sendo a maldade a simples ausência da luz divina.

_ Mas então Deus, da forma como o entende, passa a ser injusto e indigno de ser Deus, obviamente por permitir a maldade...

Zóio começou arregalar seus olhos quase que num transe após como se fosse uma forte pancada aplicada na mente... Quanta verdade ele seria capaz de suportar?

_ Zóio, volte. Vamos lá. Já é hora de conhecer os caras, para fazer o relatório, e depois comemorarmos a vitória.

_ Não estou feliz, patrão.

_ Felicidade é um estágio de contemplação utópico tão utópico que não consegue vislumbrar nada... Felicidade é apenas diversão! Se você se diverte, está feliz. Então divirta-se com os conhecimentos transcendentais que tenho a oferecer... E isso é uma ordem.

_ Patrão, como posso exercer essa função? Ainda não contemplei nem meu próprio coração.

_ E será que você tem coração? Acha que está aqui porque é um moço bonzinho buscando a verdade? Depois conversamos sobre isso.

A conversa deles foi interrompida...

_ Saudações, Sr.

_ Descansar. Caro Zóio, este é nosso General Rege. Ele...

CONTINUA.

terça-feira, 1 de março de 2011

Dedim de prosa - Parte 07


Raul Seixas e Zóio seguiram da Pousada do Caminheiro rumo ao centro da reunião secreta.

Aquele plano suprassensorial era interessante. O céu era cor de baunilha e as criancinhas brincavam de espetar umas às outras com seus tridentes e rabinhos pontiagudos – sim, aquela história de que crianças são anjinhos aqui não é verdadeira não... - .

O que mais impressionou o Zóio foi a quantidade de mulheres. Todas de todos os tipos... E Raul interpelou...

_ Poxa bicho, essas diabinhas são danadas... Vai ver daqui a pouco quando o trio elétrico com o pessoal de Bandeira do Sul chegar... Um calor só!

_ Percebi mesmo...

Zóio ficou impressionado com a autoridade do Raul... Todo tipo de gente venerava o cara. Era “toca Raul para lá” e “Toca Raul para cá”... Aquelas coisas bem do tipo bêbado no final de noite mesmo. Zóio se sentiu envaidecido, imaginando que um dia diriam “olha o Zóio para lá”, “olha o Zóio para cá”...

Aí pula uma parte chata da história e de repente chegam num castelo. O palco já estava armado, e havia uma grande poltrona atrás desse palco com símbolos do ocultismo, como o Santo Graau, pentagramas os mais diversos, cruzes sovásticas e soásticas... E uma infinidade de coisas referentes a coisas situadas entre o lá e o aqui.

Havia ainda mais 5 poltronas com adornos específicos às funções desempenhadas por cada ocupante, formando um pentagrama inscrito num círculo e mais duas poltronas suavemente mais elevadas de fronte ao palco e lateralmente às 2 colunas que encerravam a silhueta da porta de entrada.

Enquanto Zóio pensava “e eu?”, Raul Seixas disse...

_ Na verdade, esse palco servirá de altar antes do show...

_ “Tô” ligado... Mas e onde eu entro nessa estória?

_ Poxa, Zóio... Tu és a verdadeira história...

_ Agora é o seguinte, cara: hoje o teu cargo se elevará.

_ Uai... Agora estamos falando meu “mineirês”... Fala aí o que vai rolar... Mas e o patrão, “cadê” ele?

_ Uai, Zóio, não me reconhece? Posso ser quem eu quiser, inclusive toda ficção que habita o imaginário coletivo dos esotéricos, maconheiros e músicos (exceto o Ventania que é desesperadamente o fim)... HAHAHAHAHA

_ Só... - E Zóio, o Herói Esotérico do Brasil, ficou perplexo e arrependido de não ter pegado o autógrafo do Raul Seixas...
_ Zóio, é o seguinte. Tá vendo aquele triângulo dourado ao lado daquelas velas vermelhas, amarelas, brancas e pretas?

_ “Tô”.

_ Mas então por que está olhando para o outro lado?

_ PORQUE SOU ESTRÁBICO, PORRA! - E o patrão do Zóio caiu na risada... e o Zóio ficou nervoso, muito nervoso.

_ Ai ai ai, assim me mata de rir, zambetão... Mas enfim, é que como sabe também tenho um patrão. Aquilo ali é o delta do “Olho Que Tudo Vê”! É através dele que vai expôr teus lindos olhinhos tortos. É só sentar atrás do vidro onde tem uma mesinha... Tu farás o relatório da reunião.

_ Por acaso usar dos meus olhos vesgos seria parte de algum plano diabólico para enganar o seu patrão, e assim Ele não intervir nas ações dos anticristo?

_ kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Claro que não Zóio, imagina. Cristo não tem nada a ver com essa estória. O importante é saber usar dos óculos que dei a você.

_ Mas e essa “capetaiada” sentada? Eles têm coração?

_ Claro Zóio.

_ Vou apresentá-los um a um.

Aquele ali é o ...


CONTINUA

Dedim de prosa - Parte 06


E Zóio, o Herói Esotérico do Brasil em função, acompanhado de seu predecessor, acordou n'outra dimensão.

_ Ei, Raul, onde estamos?

_ Tu eu não sei, mas eu estou sentado em minha cama tomando meu café pra fumar, afinal de contas sou um canceriano sem lar...

_ E onde estão as minhas moedas que guardei para os “poupançudos” da Caixa Econômica Federal?

_ Poxa bicho, o dinheiro da pinga? Dei pro barqueiro.. Lembra não, é?

_ Tinha barqueiro na entrada da gruta???

_ Pode crer.

_ Sim, eu creio em tudo.

_ Zóio, é o seguinte, hoje parece que você está liberado de fazer o churrasco para curtir a festa. Agora “tá” rolando uma reunião secreta dos chefões. Vou fazer um soul pra ambientar o lance... Ventania abriu o show mas parece que não deu certo... começou falar que os caras eram caretas, e uma apologia danada, e aí anteciparam minha entrada.

_ Mas quem vai tocar com você?

 _ Um tal de Felipe Gabriel de Alfenas e o Nathan Mesquita de Morais de Campos Gerais.

_ Mas quem fará o churrasco?

_ Contrataram um tal de Zé Maria. Dizem que o cara é foda, já fez churrasco até no Jardim do Éden e na Índia.

_ Poxa, Raul, conhece tudo mesmo, cara.

_ É, meu jovem acólito Zóio... Já que não podemos mexer a vida das pessoas (nem na transitividade direta do nosso último verbo), nos resta cantar... E fazer os corações e as mentes das pessoas vibrarem em nossa sintonia. Venha comigo... Vamos dar um olhada nos bastidores. Vou te apresentar os Caras.

CONTINUA.