quarta-feira, 9 de março de 2011

Dedim de prosa - Parte 09


Zóio, o Herói Esotérico do Brasil, que nem frequentou as aulas de Educação Moral e Cívica, e nem mesmo prestou serviço militar obrigatório para obrigatoriamente ser patriota ao modo militar de ser, conhecia bem a arte da guerra. E política é guerra.

Politicamente, pois, entendeu logo que os demônios atacavam sempre em duas frentes. Uma atentava contra a perspectiva social e outra contra a moral, sendo inviável qualquer defesa simultânea contra ambos os ataques, e assim o inimigo seria derrotado.

Zóio ainda não compreendia bem por que a galera das “trevas”, que supostamente então viera trazer a luz, atentavam os humanos contra suas fraquezas... Seriam testes?

Qualquer que fosse a conversa, ninguém se importava de falar ao patrão perto de Zóio, afinal de contas ele sempre parecia distante e sempre olhando para outros lados... Era o secretário ideal do patrão.

_ Caro General Rege. Esse é meu novo acolhido. Ele é conhecido como Zóio... o Herói Esotérico do Brasil.

O General não pode se conter e caiu em satânicas gargalhadas, acrescentando...

_ Sr., me perdoe a insolência, mas ele parece ridículo.

_ Sim, ele é sim. Mas gosto dele. - Voltando-se para o secretário, prosseguiu o patrão - Zóio, não se ofenda. Esse é o General Rege.


Tratava-se do General do Ocultismo. Fundador espiritual da Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, farmacêutico e botânico, lida com o desenvolvimento tecnológico e melhoramento genético das drogas alucinógenas, como maconha, haxixe, cocaína, LSD, mescalina e outras. Essas são as drogas da feitiçaria, que atacam e abrem a mente para que um demônio possa entrar na pessoa. Rege também curte um som pesado e é responsável pelo enfeitiçamento da música...

_ Zóio... Zóio!

_ Sim, Raul... Desculpe... Sim, patrão.

_ O que está havendo?

_ É que me senti ridicularizado, e estava lembrando da viagem de trem, quando começou essa história de Herói Esotérico do Brasil, e também sobre a questão das drogas, e também sobre os feitiços musicais... E também sobre eu ter me formado na Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas.

Os dois caíram na risada e pediram que Zóio contasse sua experiência... Começando pelo trem.


_ Não é trem de mineiro, não sô... É Trem de verdade! Da CPTM!