"Boa tarde, Cibele.
O quadro de saúde em dezembro de 2008 estava bastante grave. Com base nos resultados dos exames realizados em 12/12/2008 a situação era a seguinte:
- A pressão arterial estava sendo mantida sob controle com o uso de medicamentos e várias restrições alimentares;
- Os principais índices medidos nos exames, tais como Colesterol Total, HDL, VLDL e LDL e Triglicérides estavam todos fora dos parâmetros recomendados. Os ruins estavam no alto e os bons, abaixo. No exame de US Abdômem Total, uma “leve” esteatose hepática para completar o quadro crítico e intensificar os alertas de perigo.
- As dificuldades diárias eram justamente o incômodo da barriga, que causava as dores nas pernas, pescoço, braços e costas. Tinha dificuldades para dormir.
- Percebi que tinha que mudar ao me ver sozinho, no dia de réveillon, na praia de Ubatuba em 31/12/2008. Desconfiei de que o mal humor, associado ao meu “tipo físico” afastavam as pessoas de mim.
Decidi, então, já naquele momento, pegar a primeira latinha do dia e jogar ao mar. (Mantenho a decisão de não beber até hoje, completando os 673 dias de abstinência alcoólica total).
O entusiasmo e força de vontade partiu de dentro, numa vontade muito grande de superar tudo de ruim que estava fazendo e fazia acontecer para mim. Lembrei-me da palestra da Leila Navarro, dias antes, onde ficou bem claro, que uma mudança somente é possível se ela começar dentro de mim. “NADA MUDA SE EU NÃO MUDAR E A MUDANÇA DEVE COMEÇAR EM MIM” Repetia isto milhões de vezes para mim. Então, elaborei um plano de melhoria de vida, de curto, médio e longo prazo... Curto prazo: parar de beber e reconquistar minha esposa, meus filhos; Médio prazo: emagrecer e praticar alguma atividade física intensamente; Longo prazo: Voltar a estudar, crescer, viver melhor... precisava de uma base mais competitiva! (...) Tendo superado a bebida e melhorado o ambiente familiar, comecei a andar de bicicleta em março de 2009 já que agora poderia ter uma bike que não quebraria tão facilmente. Comecei com treinos diários de 9, 15 e 20km. Em algumas semanas já estava na casa dos 30km diários. Fiz as primeiras viagens longas de 120km e 150km. Descobri que era incrível pedalar, conhecer novos lugares, trocar os amigos e o ambiente dos bares com aroma de cigarro por trilhas e cachoeiras com muita água e ar puros para respirar. A cada pedalada longa, uma nova vontade de ir para a próxima. Conheci as cachoeiras de Furnas, de São Tomé das Letras, as da Estrada Real entre Guaratinguetá e Paratí, as da Serra do Mar entre São Paulo e Guarujá, passando pela Rota de Emergência, sob os viadutos e túneis da Imigrantes; Atravessei São Paulo, desde a Fernão Dias até a Imigrantes, num dia de sábado, no horário de pico entre 11:30 e 13:00 horas, uma aventura de grande risco, permitida somente para alguns. Aparecida do Norte? Três vezes. Varginha-Alfenas? Já perdi a conta. Alfenas-Campos Gerais-Varginha? Inúmeras vezes, só para fazer a descida de 5km da fazenda Pedra Negra (72 a 79 km p/hora numa bike é muita adrenalina, imagina?) Agora eu já nem sei mais qual delas é a melhor, se a de Passa Quatro para Cruzeiro, se é a da Serra de Ubatuba ou a de Boissucanga na Rio-Santos, se é a de Alpinópolis, ou a de Poços de Caldas para Águas da Pratas, ou se é a de Poços de Caldas até o Trevo de Botelhos, hum... mas acho que a de Campos do Jordão até o Túnel de Santo Antonio do Pinhal está entre as melhores. Há Cibele, me desculpe, mas empolguei muito em falar da bike e estou esquecendo do restante que tenho de responder. Então vou retomar, tá? Depois você poderá ver as fotos... Então, mais uma necessidade pairou sobre minha mente. Precisava parar de tomar o remédio controlador da pressão. Procurei a médica cardiologista e falei que tinha um problema sexual -sério mesmo – ela aceitou o desafio, pediu alguns exames, retornei algumas vezes, repeti os exames e o medicamento foi suspenso. Hoje a pressão está na casa dos 12 ou 13, permanecendo assim mesmo depois de uma longa pedalada e a função sexual está ótima.
Paralelo a tudo isto ocorreu um outro evento que estava na lista de atividades do plano de longo prazo: Tendo sido vitorioso no vestibular da UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – MG em Junho/2009, para o curso de CIENCIA E ECONOMIA do Departamento de Ciências Sociais – Campus Varginha, voltei a estudar. No momento, a identificação de UNIVERSITÁRIO, me agrada muito. Tem também suas vantagens... antes eu pagava duas inteiras, agora só pago meia.
É milagroso e recompensador os elogios e o reconhecimento das outras pessoas, dos familiares. É incrível a satisfação de chegar em um lugar e as pessoas perguntarem se sou eu sou eu mesmo, entende? Então, isto gera uma recompensa que dá um gás para continuar, que não tem tamanho.
O relacionamento familiar agora é outro. Se demoro para chegar em casa, estou na Universidade ou pedalando. Se no início eu estava sozinho em Ubatuba, semana passada foi ela quem bancou os convites do CARNALFENAS para irmos juntos. Foram 4 noites de intensa alegria por estarmos juntos e felizes.
Têm muita gente andando de bicicleta depois que conversou comigo ou com minha esposa no consultório da Nutricionista.
Como recomendação, repito: “NADA MUDA SE EU NÃO MUDAR E A MUDANÇA DEVE COMEÇAR EM MIM”.
Então, Cibele, tai um breve relato da história para iniciarmos a discussão, ok?
Um grande abraço.
Obs.: Fui respondendo na sequência das perguntas formuladas por você, no intervalo entre as tarefas normais do trabalho. Desculpe alguma falha, mas não vou fazer mais correções para não tirar a originalidade do texto escrito de forma bem natural, tranquila, sem formalidades. Ok?
De: CIBELE CRISTIANE S A NEVES
Enviada em: quarta-feira, 3 de novembro de 2010 10:47
Para: Jose Maria de Oliveira
Assunto: Matéria Energia da Gente
Oi José Maria, bom dia!
Bom, como conversamos vou colocar algumas perguntas pra entender um pouco mais sobre como foi a sua história de melhoria em sua qualidade de vida e a transformação que ocorreu. Se quiser, como disse, acrescentar algo mais, fique à vontade.
- Como era o seu quadro de saúde (pressão, peso, glicose e outros índices)?
- Quais as dificuldades que enfrentava no dia a dia?
- Quando percebeu que tinha que mudar? Aconteceu algum fato de destaque?
- o que você decidiu fazer?
- De onde partiu o entusiasmo e força de vontade?
- Começou a fazer atividade sozinho?
- Quais os resultados que você obteve (em termos de peso, melhoria em qualidade de vida, fôlego e etc)?
- E agora, como se sente? Tanto pessoal quanto profissionalmente?
- Como era e, depois da mudança de vida, como ficou o relacionamento com a sua família?
- Já conseguiu levar mais adeptos com você, “para o lado da qualidade de vida”?
- Qual a mensagem você gostaria de passar aos demais empregados?
Obrigada,
Cibele Andrade Neves
Comunicadora Social
Gerência de Comunicação Institucional - CE/CN - Cemig"