quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Zóio é a vista da vida.


Zóio tinha problemas visuais, e tinha bebido cachaça demais. A bebida fazia que todos lembrassem que Zóio tinha bebido demais. Mas será que os problemas do Zóio eram somente visuais? Quem nunca se sentiu um zóio, enxergando tudo torto? Ou bebeu demais…?

Ser zóio é expressar uma órbita maior que a pele permite se nos revelar… E se submeter ao juízo de valor daqueles que nunca viveram a necessidade da essência daquilo que tratamos nesta “questão tão vasta do motivo da vida”, embora preconceituosamente esses mesmos inexperientes estabeleçam parâmetros de certo e errado aos  quais somos subjugados.

Zóio percebeu que seus defeitos o submetiam à vivência da VERDADE, refletida equivalentemente  na dor de quem não se achava estar “na pior”, embora estivesse.

Ao Zóio, restou a canção… Que vez ou outra, encantava novos ouvidos e seus respectivos corações.
Zóio estava praticamente convencido de que as pessoas não valiam maior pena que não fosse aquela  acordada com as prórprias necessárias em suas devidas e karmicas evoluções…

Como podia o suposto FDP deus, Criador de tudo e onipontente absoluto, permitir sermos tão senhores de si próprios comprometidos tão somente com a responsabilidade do mal ao próximo? -Na prática é isso sim e não me venha com prosopopeias!

E como sempre, da forma que lhe interessava, surgiu então o patrão do Zóio, travestido da mais encantadora beleza feminina possível…

_ Zóio… Por que chutou a mesa? Sabe que pouquíssimos puderam estar em seu lugar?

_ E de que me importa? À esta altura que não sei onde estou, nem de onde vim ou mesmo para onde vou… Não me resta nem mesmo a revolta? Não posso chutar a mesa e nem este olho que merda nehuma vê?

_ Sim… Aliás foi o que senti. Sabe do plano físico-mental-abstrato, não sabe? Foi uma tentativa de antecipar o entendimento das pessoas sobre o “além de”… Mas surgiram rádios, televisões e internet… E o fenonômeno da interatividade só realçou os demônios recalcados pelas redes sociais, como youtube, facebook, orkut…. E não  há mais limites! Zóio… Meus encarregados estão até mesmo  contratando a galera da informática… Ainda bem que ainda existem pessoas de bom coração neste mundo… Chega a ser uma tragédia ter de limpar todos daqui… Mas o que posso fazer? Em algum momento ofereci riqueza? Algum reino? Poder? Não… Nada além de conhecimentos. Mas continuam enfatizando o diabo como culpado de tudo. E eu apenas administro…

Após um silêncio apreensivo daquela dama encantadora, que intimamente parecia ser a forma original do patrão do Zóio… Ela  então continuou…

_  Zóio… Na verdade, cansei de ser bode expiatório, a culpa de tudo e ainda mais o nome dado à ausêcia de qualquer bondade… Coloco em teu entendimento o porquê de meu por quê. Sei da tua revolta e também do teu senso de responsabilidade; apenas me leia o relatório da ultima reunião, visto pelos teus olhos vesgos… Depois disso não se lembrará de mais de nada, inclusive que não, em algum dia de qualquer significado da criação, que fora estrábico.

_ “Eita”, com essa prosinha mansa nem parece que é o próprio satanás… Ou a própria…

_ Apenas sou alimentada pela maldade das pessoas… Foi uma maldição herdada por insinuar ao Criador a intenção se sua própria criação… Herdei saber limites e defeitos… E se um dia a maldade acabar… Eu também acabo, e isso não será problema... Alliás deverá ser assim… Outro virá após a mim no sexto dia da criação.
_ Olha, moça, você é muito bonita e deve inclusive ser o patrão, ou a patroa... Mas está vendo aquele rapaizinho ao longe voando com suas botas roubadas de Hermes? Já dei o texto original para ele… Afinal de contas entendi o que Jesus Cristo tentou nos alertar… E com todo respeito à sua pessoa, que não parece ser tão ruim assim (…)… Não adianta mais prosinha. Essa sacanagem toda dessa capetaiada chegará aos ouvidos do Criador, e aí farei o voto de silêncio.

_ Fez bem querido, Zóio… Mas outra vez alerto: condenou ao “inferno” infinitas vidas ao tentar salvá-las… Zóio, ainda não percebeu que fomos abandonados?

_ Não minta para o Zóio… Não minta… - E Zóio, aquele que tentou numa fração de segundo de um conto cômico e trágico de acidente automobilístico significar o sentido da vida… acordou lúcido e milagrosamente após o coma.

Tudo fora um sonho desencadeado pela morte física que milgrosamente não foi.

Acordando aos suspiros e dores toráxicas de quem acabara de ser eletrocutado consecutivas vezes rumo ao salvamento… Zóio, vendo o espanto daqueles que presenciaram seu reaparecimeto, pediu uma caneta…

Zóio, que de Zóio nada tinha, tinha nome, família, sobrenome e profissão.

Ainda sedado por tantos e tantos benzodiazepínicos, Zóio (que então voltava a ser alguém, e não mais um personagem decaído) pediu um papel e reescreveu a ata principal contento os planos de destruição do mundo que escutara na reunião…

Não havendo por que não, então deram-lhe o papel… mas Zóio estava muito lesado…

_ Mãe… Pai… Se este não for meu leito de morte, já foi o de outros… A morte é só uma brincadeira pra ver se essa criançada da Terra aprende alguma coisa…

Milagrosamente voltei… Espero que anotem e transmitam meu aprendizado…

FINAL

“Nunca julgue um professor. Ele(a), que aos trancos e barrancos conseguiu sofridamente o cargo, não merece ser culpado(a) pelo ensino subversivo, que assim se coloca pela impossibilidade da ciência e da pedagogia se sobrepôrem à infinita pseudosensorialidadde dos meios de comunicação, incluindo televisão, internet e livros subversivos.”

“ Os filhos são presentes concedidos pelos céus para consolidarem o significado do amor e da famíla. Destruir a vida em família é implantar em seu núcleo um vírus motal, irreverssível e sem cura…  Mas a prevenção está no amor verdadeiro e também nos métodos contraceptivos”. – Não se deve fazer gente como se caga!

“Nunca homens de boa ou má intenção (pelo menos momentânea) deixarão de ter vícios. A autodestruição é um efeito coltareal do livre-arbítrio. Saber se livrar dos falsos significados ou das falsas sensações é o grande sentido que fortalece a alma dos humanos rumo à salvação (tanto faz do corpo quanto da alma).”

“ Consumir literatura ou o audiovisual sem o mínimo de senso crítico, sem dar melhores entendimentos aos fatos e nem maiores considerações aos assuntos abordados, é a mesma coisa que se colocar a si diretamante ao sustento de toda e qualquer forma de prostituição.” (Nada contra prostituiçãoa no sentido de intolerância, mas, tudo contra o falso prazer!)

“ Vaidade é pecado, mesmo que fundamentada e justifcada, ainda assim o é. “

Todos sacerdotes contemporâneos assumiram suas responsabilidades sóbrios daquilo que abraçavam.
Mas se para eles os valores se “dinamizaram”, ou se revelveram libidinozos - ao projetar suas fantasias, fetiches e pecados capitais em âmbito sacro - , então PROBLEMA DELES! –

Não podemos perder nossa fé usando como referência pessoas que nada mais exercem que o próprio direito de errar… Ou acertar aos modos próprios.. Confiemos, pois, nos raros homens sagrados ( como Jesus Cristo, por  exemplo), e que assim tenhamos pelo menos o mínimo de discernimento para averiguar limites e segregar afetuosamente o real do imaginário.

Pagar ou não por qualquer coisa: isso não nos cabe julgar ( a não ser que…).  A justiça do homem ainda a si se conserve o significado do bem e do justo.

Prosseguindo


II
O próximo capítulo é uma ficcção espírita baseada no livro “Trasntornos de Personalidade” de  Mario Rodrigues lozã Neto e Táki Athanássios Cordás – . Não há responsabilidade nenhuma dos autores sobres os conceitos espirituais de personagens doentes que potencialmente apareçam como  causa de reflexão no capítulo.

Vou citar a autoridade de uma amizade porque uma amizade verdadeira dá autoridade. A amizade é como uma melodia musical em cuja verticalização harmônica a partir de alguns modos otimizados permite explorar inclusive suas inversões e mesmo assim tudo permance esteticamente belo, porque no raciocínio desta equação multiplicar-se pelo inverso é necessária e matematicamente tornar-se 1 e obviamente quase que chegar a uma conclusão... Ou vagar eternamente no ritmo do cosmos e sorrir ao perceber que precisamos uns dos outros nas eternas novas combinações da harmonia da Vida orquestrada por Deus através dos homens pelas infinitas composições existentes e daquelas que ainda vão existir…
Entretanto, os conceitos de “amizade” e as “amizades propriamente ditas já fundamentadas” sempre têm como ornamentos de estilização e identificação de pertencimento social nos seus inconscientes coletivos alguns estilos musicais que fazem a trilhas sonoras de suas tribos.
Dessa forma, empiricamente observo que composições musicais surgem tão espontaneamente  e “descompostas”  quanto a espontaneidade das reuniões de  “amigos” sob suas tribais trilhas sonoras.
Hammed explica que ser espontêno é não ter medo de ser expressar. Minha mãe pede para ter juízo… Entendo que juízo é o equilíbrio entre a espontaneidade que me conserva comportamentalmente pertencente a uma tribo, agindo “normalmente” (mesmo que não goste do som ou da quase total generalidade dos integrantes da tribo), e a capacidade de me manter íntegro até chegar ao meu destino de retorno em segurança.
Agora que minha vista clareou e vejo que minha falta de juízo é devida ao meu parâmetro de normalidade intuitivamente perceber pessoas do tipo que descreverei abaixo em tribos as mais diversas que já frequentei e eu acabar saindo correndo demais após as tentativas anestésicas de compensação pelas sinestésicas frustradas (eis a verdade Pai!!!!)… Mas eu ainda acho que talvez a culpa seja da música. Ou não, claro. Mas neste caso vou colocar a música como bode expiatório na porta do templo “cabalístico” da minha consciência, voltar no tempo pelas minhas reflexões e tentar criar juízo pois não serei mais um gaiato no navio do destino. Robson Pinheiro e Ângelo Inácio nos aguardam (desnecessário óbulo, claro). Vamos lá…..
Sabia que ao seu lado pode estar alguém tomando uma cerveja com humor exaltado, falando do time, de temperamento absolutamente compatível com os fatos do cotidiano em que você também está inserido, mas que pode ser hipertímico? Sabe o que é hipertíimico? Basicamente alguém que  precisará ser julgado após um crime. Tira um 38 e responde em liberdade pois é réu primário. Ouvindo… (Zeca Pagodinho, Exaltassamba.)
Sabe aquele triste, com tudo na mão, meio angustiado, achando que tudo pode dar errado, quando tudo obviamente no seu entendimento vai dar certo… Então, pode querer te matar porque é um psicopata, mas antes disso talvez se mate..  Ouvindo… (Legião Urbana, Cazuza, Cassia Eller, Curt Kobain…)
Sabe aquele que se faz de bonzinho, inseguro, e você vai lá tentar ajudar sem nem conhecer direito? Que diz que veio do interior, vira sócio do clube… Você diz que vai comprar alguma coisa e no final da tarde esta já la na sua casa. Ou então sua esposa comenta algo de manha e de tarde ela liga feliz dizendo que fulano/a já providenciou. Aí assim o/a tal se torna uma parte da sua família, e de repente vira de verdade…. Parece ser mesmo parte da família (chama mãe de mãe e pai de pai…) e te deixa com tanta raiva por ser tão vítima e tão bonzinho até que quase você se torna um hipertímico, porque o que pode estar querendo é a sua família…  Ouvindo todo tipo de música que te faz lembrar do passado.
E têm aqueles protestantes intercontinentais que berram em nome de algum senhor em várias línguas, inclusive “esperanto”, dominados pela difusão de complexos de idéas de punição e vão construindo templos de encantamento vendendo salvação pela neurolinguística. E claro… Música gospel pra abafar o caso e toda uma vizinhança em colapso pra fugir dos horrores da record terem oportunidade de pirar ou converter. E o Dízimo! Aliás dízimo deixou de ser o termo apropriado…
Tem uns tipos atípicos que tentam chamar demais a atenção pra si achando que não chamam a atenção. Necessidade desmedida e silenciosa de valorização, se acham mais do que são, embora muito inteligentes e estudiosos… Nossa…. Normalmente são adeptos de métodos alternativos de sublimação (músicos, pintores, escritores…), agnósticos ou ateus, e estão fora do mercado específico da própria vontade. Pagam para sustentar seus talentos dispersos. Normalmente são boas pessoas, embora quase não tenham amigos (o que não é tão ruim do ponto de vista tribal/musical). Os Espíritas evoluídos gostam deles… Mas também destes exigem muita paciência, devido às constantes recaídas nos egocentrismos de suas vidas profanas de que necessitam para justificarem o ateísmo e negarem a Luz… E vagarem nos prazeres efêmeros de suas falsas epifanias. Escutam e produzem rock, blues e metal.
Tem uns que demonstram raiva contra quem e coisas que não tem como se defenferem (portas, janelas, mulheres… ) Já não escutam nem a voz da conciência. Precisam ser recolhidos e tratados.
Tem quem não tem piedade ou índole (Gemutlos) É de quem eu gostaria que todas familias estivessem afastadas, porque isso não tem cabimento. No meu entendimento, é a parte do sistema que de fato sofre e faz sofrer e que incoerentemente por algum motivo se faz necessária haver. Estilos musicais… FUNK, RAP…
Custei para acreditar, mas se não fosse o  Rio de Janeiro e o  meu poder de convencimento de me fazer mal menor…. de fato existem aqueles seres do tipo programáveis, e me perdoem caso muito acidentalmente alguns deles leiam este escrito. Há seres absolutamente programáveis. Tecnicnamente: WILENLOS.
III 
A sorte de quem chegou até aqui é saber que então basicamente isso tudo anteriormente apresentado foi só pra desencadear as reflexõees  que me colocaram no sentido correto de raciocinar. E inclusive que colocam um psiquiatra no caminho correto de te diagnosticar.
 Ser espírita não é fácil. Não é numa missa que se institui a tragédia incondicional da salvação, Nem muito menos na dor eterna que um pobre espírito se eleva.
É possível conjugar ciencia e fé.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

3!


O primeiro passo para “expandir a consciência” é não perdê-la. O segundo é desconstruir os preconceitos; e o terceiro, começar a construir as próprias ideias.
1.       Relativo às consequências ao longo do “prazo funcional do aparelho” quanto às escolhas pelo bem ou pelo mal, dispensa-se julgamento prévio, posto que a consciência naturalmente prossiga enquanto a reputação nos precede.
As pessoas só praticam o mal, a violência, na falta de oportunidade de manifestarem amor próprio ou recíproco.  A verdade é que muitas das pessoas gostam daquilo que faz mal a elas. Essa incoerência desencadeia a perda da consciência, proclamada em alto e bom tom pelas “pulsões de morte” que emergem junto das manifestações comportamentais no momento em que se perde o autocontrole. Assim o flagelo se propaga.
2.       A desconstrução dos preconceitos não é um movimento de causa, mas sim uma consequência intrínseca do “conhece a ti mesmo”, quando se deixa de ver em partes e passa a enxergar face a face.
Admitir as práticas de violência pode ser uma via para não mais aceitá-las. Quem investe em reconhecer o passado pode ficar livre de cometer os mesmos erros. Uma pessoa atrasada só precisa adiantar seu relógio, conciliando o tempo próprio de fazer as coisas com o tempo dos outros, pois o Tempo é só uma questão de referencial para se localizar no Espaço.
3.       A construção das próprias ideias é simultânea à desconstrução dos preconceitos, pois o autoconhecimento é um processo dinâmico cuja propulsão deve se dar pela constante investigação filosófica acerca das pluralidades fenomenológicas, epistemológicas, historicistas e empíricas do sujeito consigo e das suas relações interpessoais na sociedade a qual pertence.
É reunindo os fragmentos do saber obtidos dos materiais de investigação que se dá a referida construção dos próprios ideais. Fique claro que a arquitetura aplicada à edificação de ambientes saudáveis para germinação das boas novas ideias deve ser elaborada e aferida sob o respaldo de índices representativos dos valores de elevação moral e espiritual.
Dessa forma, a expansão da consciência se torna consistente porque coincide com o aumento da capacidade de enxergarmos as coisas da vida intuídos positivamente pelo Sistema de Forças Sutis que atuam sob o véu que nos interrompe da Verdadeira Realidade.


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fides et Ratio


CONHECE-TE A TI MESMO

1. Tanto no Oriente como no Ocidente, é possível entrever um caminho que, ao longo dos séculos, levou a humanidade a encontrar-se progressivamente com a verdade e a confrontar-se com ela. É um caminho que se realizou — nem podia ser de outro modo — no âmbito da autoconsciência pessoal: quanto mais o homem conhece a realidade e o mundo, tanto mais se conhece a si mesmo na sua unicidade, ao mesmo tempo que nele se torna cada vez mais premente a questão do sentido das coisas e da sua própria existência. O que chega a ser objecto do nosso conhecimento, torna-se por isso mesmo parte da nossa vida. A recomendação conhece-te a ti mesmo estava esculpida no dintel do templo de Delfos, para testemunhar uma verdade basilar que deve ser assumida como regra mínima de todo o homem que deseje distinguir-se, no meio da criação inteira, pela sua qualificação de « homem », ou seja, enquanto «conhecedor de si mesmo ».

Aliás, basta um simples olhar pela história antiga para ver com toda a clareza como surgiram simultaneamente, em diversas partes da terra animadas por culturas diferentes, as questões fundamentais que caracterizam o percurso da existência humana: Quem sou eu? Donde venho e para onde vou? Porque existe o mal? O que é que existirá depois desta vida? Estas perguntas encontram-se nos escritos sagrados de Israel, mas aparecem também nos Vedas e no Avestá; achamo-las tanto nos escritos de Confúcio e Lao-Tze, como na pregação de Tirtankara e de Buda; e assomam ainda quer nos poemas de Homero e nas tragédias de Eurípides e Sófocles, quer nos tratados filosóficos de Platão e Aristóteles. São questões que têm a sua fonte comum naquela exigência de sentido que, desde sempre, urge no coração do homem: da resposta a tais perguntas depende efectivamente a orientação que se imprime à existência.

2. A Igreja não é alheia, nem pode sê-lo, a este caminho de pesquisa. Desde que recebeu, no Mistério Pascal, o dom da verdade última sobre a vida do homem, ela fez-se peregrina pelas estradas do mundo, para anunciar que Jesus Cristo é « o caminho, a verdade e a vida » (Jo 14, 6). De entre os vários serviços que ela deve oferecer à humanidade, há um cuja responsabilidade lhe cabe de modo absolutamente peculiar: é a diaconia da verdade. (1) Por um lado, esta missão torna a comunidade crente participante do esforço comum que a humanidade realiza para alcançar a verdade, (2) e, por outro, obriga-a a empenhar-se no anúncio das certezas adquiridas, ciente todavia de que cada verdade alcançada é apenas mais uma etapa rumo àquela verdade plena que se há--de manifestar na última revelação de Deus: « Hoje vemos como por um espelho, de maneira confusa, mas então veremos face a face. Hoje conheço de maneira imperfeita, então conhecerei exactamente » (1 Cor 13, 12).

3. Variados são os recursos que o homem possui para progredir no conhecimento da verdade, tornando assim cada vez mais humana a sua existência. De entre eles sobressai a filosofia, cujo contributo específico é colocar a questão do sentido da vida e esboçar a resposta: constitui, pois, uma das tarefas mais nobres da humanidade. O termo filosofia significa, segundo a etimologia grega, « amor à sabedoria ». Efectivamente a filosofia nasceu e começou a desenvolver-se quando o homem principiou a interrogar-se sobre o porquê das coisas e o seu fim. Ela demonstra, de diferentes modos e formas, que o desejo da verdade pertence à própria natureza do homem. Interrogar-se sobre o porquê das coisas é uma propriedade natural da sua razão, embora as respostas, que esta aos poucos vai dando, se integrem num horizonte que evidencia a complementaridade das diferentes culturas onde o homem vive.

Texto extraído da Carta Encíclica Fides et Ratio do Sumo Pontífice João Paulo II aos bispos da Igreja Católica sobra as relações entre fé e razão.