sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dedim de prosa - 02 (continuação do texto do dia 10 de janeiro)

Nosso amigo Zóio, o Herói Esotérico do Brazil, precisou intercambiar o "s" pelo "z" pra acompanhar o estilo policial esotérico da América do Norte (porque afinal seu patrão é de lá).

Zóio ficou todo se achando com sua capa de invisibilidade e um par de asas pra se locomover mais rápido e não precisar do passe de ônibus... O patrão achou caro. O problema foi um dia que o Zóio resolveu dar uma "avoada" panorâmica com umas pingas nas idéias pra fazer graça pras fadinhas dos dentes decíduos... Quase perdeu o brevê da Associação Internacional dos Principados e Potestades.

Mas a missão do Zóio foi interessante. Ele foi incumbido de angariar umas almas (para preencher vagas de saúde pública no inferno) de profissionais que andam fazendo bobagem por aí...

A primeira classe foi a dos Cirurgiões-Dentistas. Zóio escolheu ao acaso um mineiro desses que empesteiam todos cantos de consultórios odontológicos.

Zóio secretamente ficou vendo o dentistinha atender um senhor todo sujo de graxa chegando muito sem graça no consultório elegante com uma dor de dente daquelas alucinantes.

O dentista surpreendemente atendeu aquele senhor como magnata... e depois da dor passada, o mecânico muito aliviado agradeceu e perguntou o honorário...

O dentista disse...esse serviço não tem preço. O senhor não se lembra de mim?

O mecânico muito simples disse que não...

O dentista comentou: lembra uma vez que parei com um carrão na sua mecânica, o sr. orçou o trabalho necessário e pela simplicidade de suas intalações não fiz o serviço? Acabou que mandei numa loja autorizada bem chique... mas fiquei preocupado que nenhum deles falou do mesmo problema que o senhor.

Acontece que fiquei cautelozo e mesmo com a revisão feita fui mais precavido, correndo menos. Naquele dia sofri um acidente, e se não fosse o alerta do senhor, teríamos morrido cinco pessoas no carro.

Então meu muito obrigado. Vá na paz...

O mecânico, que já deve ter salvado mais vidas que dores de dente tiradas pelo dentista, pagou discretamente o honorário na saída.

Zóio ficou de zóios arregalados... E disse, eita dentista bonzinho sô.