Tinha um rapaz lá pelas bandas de lugar algum que uns diziam doido e outros mais atrevidos à bondade diziam doente.
Esse rapaz jurava de pés juntos que toda a realidade é uma história ensaiada antes de nascermos, sempre havendo narradores oniscientes rasurando e reescrevendo nossa vida.
A grande dialética que deixou o rapaz meio transtornado era a questão de Deus.
Ele se perguntava sobre se tão somente o existir já não fosse condição suficiente de prova, posto que não há coisa precedida sem pensamento.
Por outro lado, assentia a possível sensorialidade divina intrínseca ao processo cognitivo de nosso pensamento e consequentemente no resultado de ações agradáveis ou não aos olhos de Deus.
Deus personificado ou Deus integralizado ao todo? Ou “ou” e “ou”? Luz... Trevas? Algo a mais ou a menos que aqui?
Não havia nem remédio, nem igreja e nem filosofia para a histeria do rapaz... Que parecia doido de tanto medo que sentia ao ver o filme da vida passando de verdade.