sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Casa do delírio...

Às vezes imagino que há, entre as pessoas, uma linha tênue que funciona como espécie de véu invisível. Ela recobre o mundo meio real meio imaginário que somente que o outro pode enxergar. Abstraio que essa linha funcione porque na verdade ela é como um espelho que capta a imagem do plano de fundo e a reproduz à frente do indivíduo. Nesse jogo de luz, fica então a representação do ser conforme a estética do mundo como tal se lhe apresenta.

Numa reportagem sobre o manicômio judiciário de Franco da Rocha - feita por Douglas Tavolaro - fiquei perplexo com o quanto é cruel a associação entre crime e loucura, e que como comuns caminhamos lado a lado.

Não sei se é divagação demais, mas o que diria Nietzche sobre o fenômeno da internet? Será que se dissesse alguma coisa ele diria dela através dela ou seria por algum livro acadêmico? Seríamos nós os leitores futuros a quem ele destinou seus trabalhos, uma vez que em seu tempo a informação era privilégio?

Gosto de plantas. Será que com a engenharia genética ainda não criam uma hora dessas um jogo em que eu mesmo possa brincar com quites de entretenimento que contenham material genético para produzir androceus e gineceus conforme meu gosto, para enfeitar meu apartamento de 72 metros quadrados, já que não cabem aquelas jaboticabeiras lindas que haviam há muito tempo no sitio do meu avô?

Será que todo crime tem um pouco de loucura ou toda loucura se tornou parte de um crime ou o crime em si?

Será que o que na vida real é um crime na internet o mesmo não o seja?

Será que não precisamos do véu de privacidade para nos protegermos dos loucos que nos rodeiam ou dos loucos que podemos nos tornar?

Ainda bem que as orquídeas já tem beleza suficiente, e que eu não preciso brincar de ser Deus porque nunca faria algo mais belo.

Mas por que não fazer dela um quadro fantástico com jogos especiais de cores usando o photoshop?